CASA-CE DESABA: PARTIDOS COLIGADOS EM FUGA
A crise política que a coligação eleitoral CASA-CE vem enfrentando, desde as últimas eleições gerais, em que perdeu os seus 16 deputados, está a forçar o desmembramento dos partidos políticos coligados
Parte dos partidos que compõem a organização já manifestaram a Manuel Fernandes, presidente da coligação, o desejo de não continuarem coligados à CASA-CE, por esta estar a enfrentar momentos de crise sem, contudo, enxergarem um horizonte temporal para o seu fim. A CASA-CE é constituída pelo Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP).
Este último, liderado por Abel Bernardo, assegurou, ontem, em Luanda, que dentro de dias o seu partido vai abandonar a coligação por causa do momento crítico que está a enfrentar e caminhar com os seus próprios pés.
O político disse que a actual situação de crise política em que se encontra a coligação CASA-CE, fruto dos resultados obtidos nas últimas eleições gerais de 24 de Agosto, está na base da decisão tomada pelo partido PDP-ANA, fundado por M ‘fulupinga N’landu Victor, falecido em 2004 por assassinato. Conforme referiu, face à situação difícil que a coligação enfrenta, o seu partido vai brevemente se desmembra da CASA-CE, projecto que integra desde 2012.
De acordo com Abel Bernardo, até ao momento, o PDP-ANA só não saiu ainda da CASA-CE por estar a cumprir uma série de obrigações, tal como rege o estatuto da coligação eleitoral.
“Mas, brevemente, o partido vai se desfazer da coligação, procurar fazer o seu caminho e conquistar o seu público sem apoio de outras organizações políticas”, assegurou, tendo acrescentado ainda que, “se temos a capacidade de andarmos sozinhos ou não, esta é uma questão que está em análise”.
Sobre o assunto, o OPAIS tentou contactar Manuel Fernandes, presidente da CASA-CE, mas não tivemos sucesso.
O estalar da crise
Nas eleições gerais de 24 de Agosto deste ano, a coligação obteve 47.446 de votos nas urnas, registando 0,76 por cento, tendo perdido os 16 deputados conquistados nas eleições de 2017.
Desde este período, a coligação vem enfrentando uma série de crises internas. Recentemente, o líder da CASA-CE disse que a organização que dirige foi vítima da ditadura da fraude eleitoral.
Para Manuel Fernandes, os resultados eleitorais, atribuídos de forma dolosa à Coligação, pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), é a expressão inequívoca da inverdade eleitoral vivida pelos angolanos no dia 24 de agosto. OPAIS