“COM A CRISE ECONÓMICA, SOCIAL E POLÍTICA A MONTANHA PARIU UM RATO”  – ADALBERTO COSTA JÚNIOR

O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, lamentou que o ambiente de negócios continua encalhado em Angola no grupo dos piores países de África, e os investimentos directos externos quase que não “acontecem e, quando acontecem, são de inexpressiva qualidade”.

ANA MENDES       

“Há erros crassos acumulados e sem soluções duradouras na política monetária e na política cambial, erros conjugados com uma política orçamental irrealista, uma programação económica utópica e uma programação financeira de merceeiro. Tudo em cadeia”, diz o presidente da UNITA num texto de reflexão 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐚𝐬 𝐫𝐚𝐳õ𝐞𝐬, 𝐜𝐚𝐮𝐬𝐚𝐬 𝐝𝐚 𝐜𝐫𝐢𝐬𝐞 𝐞𝐜𝐨𝐧ó𝐦𝐢𝐜𝐚, 𝐬𝐨𝐜𝐢𝐚𝐥 e 𝐩𝐨𝐥ít𝐢𝐜𝐚 𝐝o P𝐚í𝐬.

“As avultadas despesas supérfluas e ostentatórias continuam a acontecer e a contratação por ajuste directo, virou moda lá no Palácio Presidencial”, acrescenta Adalberto Costa Júnior, que lamenta que a justiça no País, continua “morosa, descredibilizada por causa de esquemas de tráfico de sentenças”.

“As auditorias à gestão de Conselhos de Administração e às administrações municipais são de muito duvidosa qualidade técnica, são de interesseira motivação (multas predatórias) por parte do Tribunal de Contas, o tribunal do faz de contas”. Sustentou.

Na sua análise, o líder do principal partido da oposição, disse haver dependência excessiva do petróleo.

“Da exportação do petróleo provêm quase 90% das receitas divisas. A produção baixou e quando o preço do barril baixa, o encaixe é menor e a taxa de câmbio sobe e o kwanza se deprecia”, frisou.

Para Adalberto da Costa Júnior, “é a desvalorização da moeda nacional, agravada por uma política monetária incapaz de controlar a massa monetária em circulação nas ruas pela enorme informalidade da economia mercado paralelo”.

“As receitas dos diamantes continuam a ter um peso minúsculo no OGE. Onde é que elas vão parar? Que o SIC investigue bem, o culpado não estará longe” questionou frisando que o sector não petrolífero está a fazer quase nada, apesar dos inúmeros programas gizados.

“Há programas a mais para a diversificação da economia, e com tão pouco dinheiro disponível. Os impostos são altos. É preciso aumentar a base de tributação e reduzir as taxas, com coragem”, notou o político, argumentando que o aumento do preço da gasolina para reduzir os subsídios aos combustíveis, só pecou pela falta de gradualismo e na metodologia burocratizada do licenciamento de dos cartões.

“ A montanha pariu o rato. Os revoltaram-se e reclamam com razão. O Governo anda cada vez mais a “contrair dívidas para pagar dívidas, muito acima do limite estabelecido (60% do PIB ). Linhas de crédito bilaterais sucedem-se umas atrás das outras, cada vez que o PR JLo se desloca ao exterior do País em visitas oficiais ou recebe seus homólogos em Luanda”, concluiu.

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