MARCOS NHUNGA RECONHECE QUE MALAMJE ESTÁ ENTRE AS PIORES DO PAÍS E ACUSA FIGURAS INFLUENTES NO RETROCESSO DO PIIM
O governador da província de Malanje, Marcos Nhunga, admitiu que a sua província está entre as piores do País, na execução do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), com obras paralisadas há mais de dois anos.
ANA MENDES
“Das 133 obras inscritas, 50 ainda estão por concluir, maior parte das quais ligadas à terraplenagem”, disse o governador na abertura da primeira sessão ordinária do governo local, referente ao ano em curso.
Marcos Nhunga disse que existe um empresário que não citou o nome, que tem 28 obras paralisadas, que por detrás deste poderão estar figuras importantes.
As obras paralisadas de acordo com o governador provincial, estão sob investigação da Procuradoria-geral da República (PGR), com vista a aferir possíveis crimes e consequente responsabilização dos implicados.
“A PGR já criou uma comissão que está a passar pelos municípios para avaliar os níveis de execução física e financeira das empreitadas”, acrescentou salientando que os atrasos das referidas obras não estão relacionadas com a falta de pagamentos, pois os níveis de execução financeira estão acima da física.
Lançado a 27 de Junho 2019, o PIIM pretende aumentar a autonomia dos 164 municípios de Angola no âmbito da política de desconcentração e descentralização das competências administrativas e, deste modo, aumentar a qualidade de vida em todo o território nacional.
Quando foi lançado estava avaliado num valor em kwanzas equivalente a dois mil milhões de dólares, recursos do Fundo Soberano de Angola.
Refira-se que a província de Malanje, a semelhança as do Huambo, Kuanza Norte e Namibe, são entre as 18 governos que justificaram como gastaram o dinheiro do Orçamento Geral do Estado (OGE), durante o primeiro trimestre de 2023.