DEPOIS DO SATÉLITE: JOSÉ CARVALHO DA ROCHA O PIOR GOVERNADOR QUE ESTÁ A MANDAR O UÍGE PARA O “ESPAÇO”

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O governador da província do Uíge, José Carvalho da Rocha, deve ser exonerado já, porque além de ser o pior representante do chefe de Estado nas terras do bago vermelho, contribui para a ruína da província e está a pôr em causa a imagem do Presidente da República João Lourenço, enquanto titular do Poder Executivo.

ESCRIVÃO JOSÉ

A província do Uíge, popularmente chamada por “Terras do Bago Vermelho”, em alusão ao facto de ter sido em tempos a grande potência produtora de café no país, está a viver momentos dramáticos em termos da sua governação que quase inexistente no xadrez socioeconómico daquela população.

O clamor vem, não só dos habitantes locais, mas também de quantos conhecem e visitam a província pelos mais diversos motivos.

“O Uíge nunca teve bons governadores, que se empenhassem de facto em solucionar os problemas que afectam a província, mas desta feita, o actual governador, José Carvalho da Rocha, é o pior que já se viu”, refere um conhecido activista local.

Pelas notícias que circularam quando foi nomeado para o cargo de governador da província do Uíge, em substituição do falecido Sérgio Luther Rescova, a sociedade em geral, principalmente os cidadãos uigenses, não receberam de bom grado a informação, pelo que, em pouco tempo, já clamavam para que José Carvalho da Rocha fosse exonerado.

Actualmente, José da Rocha é visto pela opinião pública como mais um que foi nomeado por “conveniência” e não demonstra vontade própria enquanto governador da rica província do Uíge, necessitada de múltiplas atenções.

Os problemas enfrentados pela população do Uíge pioram dia pós dia, começando pelo estado caótico em que se encontram as infra-estruturas por todas as localidades provinciais, sem que José Carvalho da Rocha se preocupe em criar condições para se ir resolvendo os problemas e melhorar a situação das populações.

Os mais prejudicados com a inércia, a falta de visão e capacidade do governador são os jovens. A juventude local foi remetida a um patamar secundário, e a falta de emprego, leva os jovens licenciados e não só a exercerem a pratica do serviço de moto táxi e as jovens a prostituição em todo território da cidade do Uíge.

Segundo os naturais da província do café, a manutenção de José Carvalho da Rocha na liderança da província “está a afundá-la cada vez mais”. Os cidadãos consideram mesmo que se Rocha não fôr afastado imediatamente, fruto das suas actuações negativas, “é o nome do Presidente João Lourenço que é posto em causa enquanto titular do Poder Executivo”.

Quando o Presidente da República visitou a província do Uíge, há cerca de dois anos, José Carvalho da Rocha “desdobrou-se” em múltiplas actividades fazendo crer ao Chefe de Estado que não tem poupado esforços para resolver problemas prioritários, entre outros, e melhorar a vida das populações.

Numa reunião com o Presidente João Lourenço, durante a sua visita de trabalho à província do Uíge, José Carvalho da Rocha descreveu dificuldades sociais e económicas que estariam em vias de resolução, com destaque para as estradas o que não se concretizou até a data actual.

O governador disse que a província possui uma malha rodoviária de 2.605 quilómetros, dos quais já tinham sido reabilitadas e construídas 1.054 quilómetros, que já permitia “a ligação da sede da província com as restantes sedes municipais”, garantindo ainda que estava em vias de se ultrapassar os principais constrangimentos causados pelas ravinas na estrada que liga os municípios dos Buengas, Mucaba, Quimbele e Milunga que actualmente encontram-se quase abandonadas as obras.

Contudo, fontes locais disseram, na altura, que todos os problemas apresentados ao Presidente da República eram antigos e que a sua solução passava por acções exequíveis e não por relatórios, falso para agradar o chefe de estado João Lourenço.

“Os problemas que foram apresentados de energia, água, estradas, escolas e hospitais, são problemas que já vêm de há muito tempo na nossa província, fala-se muito, promete-se, mas nada tem sido resolvido. O mais grave é que os dinheiros que têm sido destinados para a resolução desses problemas desaparecem e no terreno a degradação continua”, acusam as fontes.

Até hoje, “depois das promessas e falsas realizações do governador José Carvalho da Rocha, os municípios continuam em péssimas condições, vias de acesso cheias de ravinas e buracos, as sedes municipais não são asfaltadas excepto duas enquanto que todas estão totalmente degradadas, a província está moribunda”, alegam, acrescentando que “não se vê nada nos municípios, não se realiza nada com os vinte e cinco milhões de kwanzas que cada um recebe mensalmente do Programa de Combate a Pobreza e deve ser feito um inquérito para averiguar o destino dado a esses valores”, clamam.

Para as fontes, o governador José Carvalho da Rocha, enganou descaradamente o Presidente da República, porque ao contrário do que informou, “grande parte dos municípios, senão todos, estão numa lástima, a população vive mal, são obrigadas a caminhar longas distâncias a pé por falta de vias de acesso em condições, transportes público, mas há casos alarmantes como os dos municípios de Quimbele, Bembe, Sanza Pombo e dos Buengas que estão totalmente degradados”, descrevem.

A juventude tem sido a franja que mais sofre porque não há oportunidades para realizar os seus sonhos. No que ao desporto diz respeito, o Uíge já foi forte a nível do país em várias modalidades. Hoje por hoje, as poucas infra-estruturas desportivas existentes já não oferecem condições para que se pratique desporto de forma digna e salutar. Um exemplo é o velho estádio 4 de Janeiro que foi chumbado pela FAF porque não oferece condições para se praticar futebol de alta competição.

Desta forma, a população fica sem uma das suas maiores fontes de diversão, já que o seu representante no Girabola tem que jogar fora de casa, ou seja, da província, o que acarreta sérios prejuízos à equipa de futebol e à sociedade local.

“Não se pode compreender que uma província tão rica, que tem no seu subsolo diamantes, cobre, ferro, minerais de terras raras e urânio, não tenha infra-estruturas desportivas, entre outras, que sirvam para o desenvolvimento geral dos jovens, atirando-os para a delinquência e a prostituição”, lamentam.

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