JORNALISTAS EM “AMBIENTE DE TRABALHO TÓXICO” NO JORNAL DE ANGOLA – CARLOS ANDRÉ

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A publicação da matéria sobre as actividades do presidente do Conselho de Administração da Edições Novembro, Drumond Jaime, merecerem honraria de chamada de capa, tendo um desses destaques sido colocado à uma notícia e fotografia do Presidente João Lourenço, abriu um aceso debate entre os jornalistas da empresa.

Das várias reacções à matéria publicada, a maior parte dos jornalistas do Jornal de Angola reconheceu a existência da “imposição” de Drummond Jaime em quer ser levado a sumidade de destaque na capas no JA, mas lamentam apenas como que um assunto interno seja colocado em hasta pública.

O jornalista André dos Anjos escreveu que “os avessos a críticas são, geralmente, bajuladores, inimigos da meritocracia nas empresas e, de forma capciosa, promotores de ambiente de trabalho tóxico”, numa indirecta a Drumond Jaime, incluindo alguns seus colaboradores directos, que não aceita sugestões contrárias, prevalecendo sempre as suas até em matérias que não domina, com realce a produção de conteúdos jornalísticos.

Esta situação, em que conseguimos apurar de um outro jornalista tem influenciado na qualidade dos conteúdos dos títulos publicados pelas Edições Novembro, pelo facto não ser reconhecido em Drumond Jaime nenhuma “excelência no jornalismo escrito”, pelo que nunca escreveu um artigo de opinião na coluna a Palavras do director, mesmo sendo director-geral do Jornal de Angola. “Ele que volte para a rádio e deixe o jornal as pessoas que sabem fazer jornal”, atirou.

O mesmo afirmou que das poucas vezes que Drumond Jaime fez o exercício da sua pena jornalística com destaque nos jornais regionais foi Guilhermino Alberto, Honorato Silva e Raimundo Salvador que “desminaram” os seus textos, motivos pela qual este não criticam a postura por terem benefícios chorudos.

“Como é que alguém que não domina a escrita jornalística vai aceitar aceitar a ideias dos outros, sobretudo num jornal? O resultado é que estamos a assistir, com muita arrogância e pouca qualidade, com os assessores sem coragem de persuadir o PCA” concluiu.

Mas um jornalista do jornal de Angola em contacto com o nosso portal considera que muitos colegas são facilmente maleáveis, que aceitam todas as humilhações do actual presidente do Conselho de Administração, esperando que os outros dêem a cara por eles, não assumindo uma posição de coerência perante ao trabalho.

O jornalista e jurista Fonseca Bengui escreveu, em relação à matéria, conforme uma mensagem a que tivemos acesso, “é no que dá, quando são asfixiadas as linhas de debate internas. Quando não se ouve, as consequências são sempre piores”.
O ponto de vista do jornalista prosseguiu assinalando que ” o importante nisso, pois também defendo que o interno deve sempre ser interno, é que as pessoas só ouvem ou apreendem alguma coisa quando os problemas extravasam, quando a roupa suja é lavada onde nunca devia ter tido oportunidade de ser lavada/levada”

Recondução no horizonte
A atitude assumida por Drumond Jaime em se auto-promover, com chamadas de capas no Jornal de Angola, é associada a tentativa de “iludir” o Presidente da República, João Lourenço, a conduzi-lo no cargo de presidente da do Conselho de Administração da Edições Novembro EP, segundo jornalistas da casa.
São atribuídos a Drumond Jaime de ser “dono duma boçalidade e ignorância difícil” de se trabalhar com ele, quando é contrariado nas suas ideias, chegando, avançaram, de ameaçar directores de exoneração em plena reunião de pauta.
“Quero mesmo atirar culpas”

O jornalista Armando Estrela escreveu, num dos grupos do WhatsApp, a nota abaixo:

“Só em Outubro, a 8, 12 e 23, o Presidente do Conselho de Administração da Edições Novembro EP, Drumond Jaime, foi levado a capa do Jornal de Angola. Sei que temos páginas nobres, como Gente, que este tipo de promoção até é completamente aceitável, tendo em atenção ao objecto social e empresarial que uma empresa pública representa para o país e para a esfera política, interna ou internacional. Também estamos habituados ao desafio de que questões de visita de entidades diplomáticas têm o seu próprio tratamento noticioso e, regra geral, com merecido foco na área de intervenção que a EN pode beneficiar, essencialmente no campo da formação e tecnológico. Diferente deste último caso, muito lógico, que realça o valor social de qualquer empresa (solidariedade) o PCA da EN acaba por completar um record na existência do único diário que sobrevive a impressão (três manchetes em um mês que ainda tem oito dias para acabar). Aos incompreendidos, não me refiro à notícia em si, estou a observar motivações para manchete. Há muito que se diga, mas, desta vez, quero mesmo atirar culpas”

Fonte: CK

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