HIGINO CARNEIRO DEFENDE “RECONCILIAÇÃO MORAL E ESPIRITUAL” NO CONGRESSO SOBRE A RECONCILIAÇÃO NACIONAL

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O general e candidato à liderança do MPLA, Higino Carneiro, defendeu nesta quinta-feira, em Luanda, que Angola deve consolidar de forma “definitiva” a sua reconciliação nacional, não apenas como um acordo político, mas como um “pacto moral e espiritual entre irmãos”. O apelo foi feito durante o Congresso sobre a Reconciliação Nacional, promovido pela CEAST, onde o antigo governador e veterano de guerra discursou perante líderes religiosos, representantes políticos e convidados civis.

No seu pronunciamento, marcado por um tom de apelo à unidade, Higino Carneiro recordou as etapas vividas no processo de paz, desde Bicesse, Lusaka e Luena, sublinhando que “a verdadeira vitória não foi militar, mas moral — a vitória sobre o rancor, o medo e a desconfiança”. O general evocou o sofrimento da guerra, a destruição das aldeias e o luto das famílias angolanas, para sublinhar que “a reconciliação não se escreve em papéis, constrói-se nas almas dos cidadãos”.

Carneiro lançou também um apelo à responsabilidade dos partidos políticos, pedindo que “sejam construtores da democracia e não máquinas de conflitos”, e que façam da diferença “uma força de diálogo e não de divisão”. O candidato afirmou ainda que “não há reconciliação com arrogância, nem quando se alimenta o medo nas comunidades”.

Dirigindo-se às Igrejas e à CEAST, o general reconheceu o papel destas instituições como “voz profética e presença de cura”, pedindo que continuem a acompanhar o país “neste longo caminho da reconciliação”. Aos jovens, deixou a mensagem de que “a paz não é um dado adquirido, é uma conquista que se renova todos os dias”, exortando-os a preservá-la “com disciplina, estudo e trabalho”.

Num dos momentos mais emotivos do discurso, Higino Carneiro dirigiu-se aos antigos combatentes, lembrando que “a missão não terminou”:

“Se ontem defendemos o país com as armas, hoje devemos defendê-lo com o diálogo, com a reconciliação e com o exemplo.”

O general defendeu que a paz deve chegar também às aldeias, onde “a intolerância política ainda silencia vozes e impõe o medo”, pedindo maior atenção às comunidades rurais e respeito pelas autoridades tradicionais.

Concluindo, Higino Carneiro afirmou que “só há verdadeira independência quando há reconciliação, e só há reconciliação quando há amor à Pátria e ao próximo”, apelando à união dos angolanos e à valorização dos mais velhos e trabalhadores, “heróis anónimos do dia a dia”.

“A reconciliação é uma missão divina confiada aos homens. A guerra dividiu-nos; a paz aproximou-nos. Agora é a reconciliação que deve unir-nos para sempre”, afirmou o candidato, encerrando o discurso com uma bênção: “Que Deus abençoe Angola e o seu povo neste caminho longo, mas glorioso, da Reconciliação Nacional.”

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