QUANDO A VERDADE INCOMODA: A AGENDA CONTRA O GENERAL MIALA – CORREIA DE SOUSA

Nas últimas semanas, emergiu uma nova vaga de ataques sorrateiros, disfarçados sob perfis anónimos e pseudónimos improvisados, todos direcionados a um só alvo: o General Fernando Garcia Miala. Os autores? Os mesmos de sempre — os beneficiários do sistema corrupto que, por anos, sugaram Angola e agora tremem à simples ideia de fiscalização real.
A estratégia é velha, mas eficaz entre incautos: espalha-se o boato, amplifica-se a intriga e assiste-se à destruição pública de quem se recusa a pactuar com o esquema. A verdade, no entanto, é teimosa — e sempre regressa.
Fernando Miala não é perfeito. Nenhum homem o é. Mas é inegável que incomodou, incomoda e continuará a incomodar quem depende da fragilidade do Estado para prosperar. É por isso que querem vê-lo descredibilizado. Porque a sua permanência nos comandos da inteligência nacional é sinónimo de vigilância real, e não de encenação.
Cicatrizes de um homem que não se vergou
Não é de hoje que Miala é alvo. Já foi detido, já foi exposto, já foi injustiçado. Sobreviveu a tudo sem apelar ao vitimismo. Calou-se quando era mais fácil gritar. Voltou, não por favores, mas porque a competência impõe-se — mesmo quando o sistema tenta calá-la.
Essas cicatrizes não o diminuem. Fortalecem a sua legitimidade. Quem o ataca hoje, esquece que foi graças à sua acção firme e silenciosa que Angola escapou de muitas crises discretas — aquelas que não chegam à imprensa, mas ameaçam a integridade do Estado.
Um coração solidário que não faz alarde.
Reduzir Fernando Miala à figura austera de chefe dos serviços secretos é ignorar a sua dimensão humana. O programa Criança Futuro, por exemplo, é apenas um entre os inúmeros gestos de solidariedade que este homem, discretamente, protagoniza há décadas.
Centenas de crianças em situação de vulnerabilidade foram acolhidas, alimentadas, educadas e protegidas — sem comunicados de imprensa nem conferências. Apenas com compromisso. Além disso, são conhecidas as suas contribuições pessoais para centros infantis, escolas comunitárias e programas de reintegração de jovens em zonas de risco. Tudo fora dos holofotes.
Miala não é homem de publicidade — é homem de resultados.
Feitos que dispensam defesa
A sua trajectória nos serviços de inteligência é reconhecida até por adversários políticos. Entre os seus feitos destacam-se:
* O combate eficaz a redes de corrupção sistémica;
* A reconstrução dos serviços de segurança do Estado, tornando-os mais operacionais e menos ornamentais;
* O papel de bastidor na preservação da estabilidade durante momentos delicados da transição política nacional;
* E, sobretudo, a coragem de dizer “não” a quem está habituado a ouvir “sim”.
O país não precisa de figuras decorativas. Precisa de quem faça o que é preciso, mesmo que isso custe simpatias.
A amnésia selectiva e o poder da mentira.
Há em Angola um fenómeno tão antigo quanto preocupante: a facilidade com que se apedreja quem serve, e se aplaude quem engana. Alimentados por redes sociais e vozes pagas, muitos já não distinguem verdade de boato. E nessa lama, reputações são destruídas sem direito à réplica.
Mas há uma verdade que resiste: homens de valor não precisam de destruir outros para se erguer. E Miala nunca precisou disso. Subiu com trabalho, com serviço, com entrega.
Hoje, o seu “pecado” é ser firme num país onde se prefere a conveniência à verdade.
O seu “crime” é incomodar quem se alimenta da corrupção.
O seu legado é servir Angola — mesmo quando Angola parece não querer ser servida.
A História há-de lembrar. E quando isso acontecer, que não nos envergonhemos por ter ficado calados quando devíamos ter defendido.
Por: A. Correia de Sousa – Analista político e consultor em segurança e desenvolvimento institucional.