JULGAMENTO DO DIRECTOR DO PORTAL “NA MIRA DO CRIME” PROSSEGUE APESAR DE PEDIDO DE NULIDADE

O Director do portal de notícias Na Mira do Crime foi ouvido nesta segunda-feira, 16 de Junho, no Tribunal de Comarca de Viana, onde responde por um processo-crime de calúnia e difamação. A acusação surge após a publicação de uma matéria que denunciava um suposto caso de sequestro e abuso sexual de menor, que envolve o cidadão Gelson Brás, alegadamente, funcionário da Presidência da República.
ANNA COSTA
Durante a primeira sessão do julgamento, Osvaldo Sulupula, advogado de defesa do Jornalista, solicitou a nulidade do processo com base no facto de já existir, no mesmo tribunal, um outro processo-crime contra o queixoso, Gelson Brás, acusado de abuso sexual de menor e cárcere privado.
“Verificamos nulidades processuais e esperávamos uma decisão diferente por parte do juiz. Apresentámos o recurso, mas ainda assim o meritíssimo entendeu que o julgamento deve prosseguir, com o recurso a subir em separado, em total prejuízo ao meu constituinte. Não há provas de que houve calúnia ou difamação, até porque existe, sim, um processo onde ele está acusado e que provavelmente vai ter julgamento daqui em alguns dias”, afirmou o advogado.

Segundo Salupula, trata-se do processo n.º 7/21B, no qual Gelson Brás responde formalmente pelas acusações feitas pelo portal. Ele considera incompreensível que, apesar da existência deste processo, o jornalista esteja a ser julgado, enquanto o processo do acusado sobe como se tivesse arquivado.
Porém, informações confirmam que o processo contra Gelson Brás chegou a ser arquivado, mas foi posteriormente localizado e reactivado pela equipa de defesa do jornalista, que continua a acompanhar o seu trâmite legal.
A saída da sala de julgaento Gelson Brás, interpelado pelo Jornal Hora H, negou veementemente as acusações de abuso sexual e cárcere privado. Garantiu possuir provas da sua inocência e disse acreditar que a verdade será reposta em tribunal nas próximas sessões.
“Perdi tudo por causa destas calúnias. Perdi a minha mulher, a minha família, a minha casa… Mas tenho fé que tudo se vai esclarecer,” disse o acusado que negou também as informações de ter estado detido em 2020 conforme as acusações. “Estive apenas na esquadra do Zango 4, em 2020, para prestar declarações com a mãe da acusadora, não fui detido”, afirmou.
O advogado de Gelson Brás, por sua vez, rejeita as acusações feitas contra o seu cliente e assegura que o processo trará “surpresas”. “Qualquer pessoa pode acusar, mas quem decide é o tribunal. Estamos a trabalhar em conformidade”, declarou.
A próxima sessão do julgamento do director do Na Mira do Crime está agendada para o dia 8 de Julho de 2025.