O activista cívico Mutu Muxima, denunciou publicamente, através de uma declaração veiculada nas redes sociais, um conjunto de irregularidades e desorganização no encerramento do 2.º Curso Básico do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), realizado recentemente, onde ele foi um dos instruendos excluído.

ANNA COSTA

Muto Muxima, conhecido pelas suas posições críticas, isentou os instrutores do autódromo de qualquer responsabilidade e aponta directamente o ministro do Interior, Manuel Homem e o director geral do SME, José Baptista Júnior, como os principais culpados pela alegada desorganização.

Segundo o activista, a marcha realizada no evento foi protagonizada por indivíduos “caídos de paraquedas”, incluindo estrangeiros que, segundo ele, foram integrados às pressas, sem passarem pela formação obrigatória.

 “Colocaram de lado os que realmente fizeram a recruta”, lamentou Muxima, que classificou o acto como “muito triste” e denunciou o medo generalizado entre os colegas de exporem a verdade.

Em tom de revolta, o activista afirmou que alguns familiares do Presidente da República teriam sido igualmente afectados, e que se estaria a tentar encontrar uma nova solução para a crise instalada.

Criticou ainda o papel dos serviços de inteligência no evento, acusando-os de contribuírem para o agravamento da situação.

Mutu anunciou também a sua saída do órgão, e exigiu que o Ministério do Interior recolha a sua farda, a qual afirma pertencer ao Estado. “Já não quero fazer parte deste órgão e ministério totalmente desorganizado”,  declarou, com a alegação de que  existem elementos com fardamento completo que nunca juraram à bandeira, enquanto outros possuem mais de um uniforme em casa, sem qualquer controlo por parte da instituição.

Por fim, o activista prometeu divulgar, em breve, mais detalhes sobre o que classifica como “máfias” existentes dentro do SME e do Ministério do Interior.