O cidadão Ezequiel Alfredo, acusa o empresário e Rapper angolano Inocêncio do Nascimento, vulgo Naice Zulo de burlador, por este o ter devido, desde 2021, mais de 300 mil dólares, injectado em uma parceria para negócios ligados a pesca.

NDOMBI ZADIMENGA

Ezequiel Alfredo, por sinal, cunhado menor do irmão de Naice Zulo, contou ao Jornal Hora H que em Outubro de 2021, em companhia do acusado, Edy Flow e mais uma sobrinha, foram para Dubai, comprar os materiais para abertura da empresa e de uma loja para a venda de materiais de pescas, onde compram motores de barco, tambores de resina e todo outro material para a construção dos barcos. De regresso a Angola, na ilha de Luanda, Ezequiel conta que mandaram fazer em princípio 5 embarcações.

“Até aí o processo corria a mil maravilhas, só que no decorrer do tempo o senhor Inocêncio viaja para a Namíbia alegando que o filho estava incomodado e foi para tratamento”, disse Ezequiel ao Jornal Hora H

Enquanto Naice Zulo encontrava-se fora do país, explicou a fonte, os jovens que trabalharam na montagem dos barcos precisavam de mais materiais, uma vez que o seu parceiro (Naice Zulo) era o responsável do espaço em que se guardava o material, Ezequiel entrou em contacto a informar a situação e foi orientado por Naice Zulo a ir ter com os seus funcionários de modo a ajudá-lo a tirar os materiais do stock e dar-se continuidade ao trabalho.

“Foi a primeira vez que entrei no stock para poder tirar material, na segunda vez já não foi possível, fui barrado alegadamente porque o Naice Zulo não autorização a minha entrada no stock”.

A fonte conta que durante aquele tempo, não conseguia entrar em contacto com o seu parceiro, até ser confidenciado por um amigo, que preferiu não identificar, de que Naice Zulo terá vendido todos os materiais comprados juntos.

“Quando eu o confrontei, ele disse que sim, porque tinha necessidade de mandar para Angola os frigoríficos que compramos no Dubai e com o filho doente, estava com dificuldades financeiras para acudir a situação. Eu entendi a situação. Quando ele voltou da Namíbia, pedi para sentarmos para sabermos como vamos fazer, é justamente neste momento que começamos a entrar em litígio porque ele não queria fazer contas, não queria nada”, disse.

Após isso, Ezequiel disse que se viu bloqueado por Naice Zulo em todas as vias de comunicação, e que por diversas vezes tentou recuperar o dinheiro injectado de forma amigável, porém, já se passaram 3 anos e a situação continua na mesma.

VÍTIMA ACUSA AGENTES DO SIC DE PROTEGEREM NAICE ZULO E DE O AMEAÇAREM DE MORTE

De modo a ter a sua situação resolvida, a fonte disse que abriu um processo-crime contra Naice Zulo, o que terá levado o SIC a chamá-los em Maio de 2024, para uma acareação, onde Ezequiel afirma que foi agredido por Naice Zulo e os seus 4 funcionários e ameaçado de morte por elementos do SIC, alegadamente por calúnia ao acusado.

“Dois crimes o Naice Zulo cometeu, o primeiro é de burla e outro de agressão, ele com os trabalhadores dele na porta do SIC agrediram-me. E deixo aqui um recado ao ministro do interior, os homens do SIC prometeram-me a morte a mando do senhor Inocêncio. Eu não tenho inimizade com ninguém, o único com quem eu tenho conflitos é o Inocêncio/Naice Zulo. E ele parece ser rico demais que não pode ser levado a barra do tribunal”, lamentou.

Das supostas investigações do caso a que o SIC está a efetuar, desde Maio deste ano, foi apreendido do queixoso o seu telemóvel de marca “Galaxy Z fold 4”, levado supostamente para o laboratório, passado mais de 6 meses, o queixoso ainda não teve o seu meio de volta.

De acordo com o lesado, recentemente Naice Zulo entrou em contacto consigo para, de forma pacífica, chegarem a um acordo sobre a dívida, uma vez que numa outra acareação, o acusado mostrou disposição em liquidá-la, embora Ezequiel não tenha concordado com a proposta apresentada, porém, não passava na cabeça do jovem que tudo não passava de uma armadilha.

“Na acareação que tivemos ele mostrou disposição de negociar, mas durante a acareação a proposta não concordei e como já era tarde eu e o meu advogado falamos em fazer acordo extrajudicial e depois trazer para o procurador assinar, mas o advogado várias vezes tentou entrar em contacto com advogado dele e sem sucesso”, contou o denunciante e continuou

“ Ele ligou para mim para marcarmos um encontro e resolver de forma pacífica, e eu aceitei que fosse na casa dos nossos irmãos, uma vez que são casados, ele rejeitou e disse que era de preferência na casa dele. Eu não aceitei porque se no SIC sofri agressão se for na casa dele seria pior. Marcou para um restaurante ao lado do condomínio dele, depois trocou e ficou nas bombas da Pumangol do Kilamba, depois trocou novamente pediu que fossemos dentro do Shopping, posto lá ele ligou-me a dizer que não pode entrar por estar de calções, uma vez sendo figura não queria ser visto daquela forma e pediu-me para sair para o quintal do shopping, mal eu saí do shopping saúdo ele afinal o quintal já estava cheio de elementos do SIC fortemente armado e disseram que o eu estava preso por tentativa de assassinato do senhor Inocêncio. Eu ainda questionei, é possível alguém sequestrar outrem apenas com uma mica? Mas ainda assim, os homens do SIC continuaram a ameaçar-me de morte e disseram que se eu continuar a brincar vou morrer”, denunciou.

A fonte desafiou ainda a quem de direito a investigar a origem do dinheiro do rapper Naice Zulo, pois que, no seu entender, tal dinheiro não é fruto dos seus negócios e sim, de burlas a várias pessoas e outros negócios duvidosos.

Partindo do princípio do contraditório, o Jornal Hora H, contactou via telefónica e por mensagem o acusado que não atendeu e nem respondeu à mensagem. Aguardamos por mais de 72 horas e este órgão de comunicação voltou a contactar pelas mesmas vias o rapper angolano e obteve o mesmo resultado.

Como alternativa, o Hora H contactou-o pelo WhatsApp onde estava online e aguardamos por mais de  4 horas, porém, sem sucesso.