FRAUDES NAS ELEIÇÕES: MARCOLINO MOCO ALERTA QUE EM ANGOLA A IMPOSIÇÃO UM DIA VAI TRAMAR NUMA GRANDE DIMENSÃO

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O antigo primeiro-ministro, Marcolino Moco, diz que na tendência de se atacar sempre a consequência e menosprezar causas, intelectuais lusófonos criticam, hoje, Venâncio Mondlane por se fazer de presidente eleito de Moçambique, sem que as estruturas formais o tenham declarado como tal.

NDOMBI ZADIMENGA

“Eu que tenho para mim que os factos valem mais que o formalismo, há muito tempo que venho alertando, em Angola, que a imposição do formalismo um dia nos iria tramar numa grande dimensão”, diz Moco na sua análise.

Para o antigo secretário-geral do MPLA, Moçambique da Frelimo, até nos tem ultrapassado um pouco, no caminho da estabilização institucional, que é o que mais interessa para a harmonização nacional”.

“Mas em muitos aspectos segue as pisadas da irmã gêmea Angola do MPLA. A causa imediata das convulsões hoje em Moçambique é a intransparência dos mecanismos eleitorais. Entretanto, quando factos tão evidentes dessa intransparência acontecem, poucos de nós, como intelectuais, nos preocupamos com isso”, disse.

De acordo com Marcolino Moco, a Comissão Nacional Eleitoral e os meios de comunicação social públicas casam-se com os serviços de inteligência para eternizar um partido no poder há cinquenta anos, independentemente dos resultados governativos bons ou péssimos ou mesmo só do cansaço em relação à mesma família partidária sempre no poder, e os intelectuais pouco ou nada dizem.

“Mas sabemos com Newton, que no Universo, a cada acção haverá de corresponder uma reacção. Por isso, até posso estar errado -não me considero predestinado-acho que Moçambique ainda tem hoje sorte por ter um Venâncio Mondlane a quem pedimos que possa negociar uma transição com as actuais autoridades formais”, diz Moco.

“O pior será termos um dia em Angola ( ou em Moçambique) uma população enfurecida sem rosto, devido a tanto abuso do poder, com um bloqueio total de qualquer tipo de alternância”, acrescentou.

“Querem que comprove a minha tese? Olhem para o exemplo do Botswana, Namíbia e Africa do Sul, como resultado de considerável transparência nas eleições. Claro que sei que nem tudo é linear. Mas isso são contos de outros rosários, a discutir”, concluiu.

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