ESTADO DA NAÇÃO: UNITA DIZ QUE JOÃO LOURENÇO ESTÁ “PROIBIDO” A MENTIR SOBRE A REAL SITUAÇÃO DO PAÍS
A UNITA solicita o Presidente da República, João Lourenço, para abster-se de fazer o habitual discurso de promessas, de tentar mostrar um País diferente daquele que os angolanos diariamente enfrentam, caracterizado pela fome e pela extrema pobreza.
ANA MENDES
“Os programas dos 50 anos de independência não resultem num esbanjar de dinheiros públicos, direccionados a colorir uma imagem de um País fictício, que os angolanos identificam como não sendo aquele em que vivem o seu dia-a-dia”, disse o seu líder Adalberto Costa Júnior.
Para UNITA” à beira de completar 50 anos de Independência, Angola permanece atolada no círculo vicioso da pobreza; a mendicidade assume dimensão ciclópica; milhões de crianças estão fora da Escola; o desemprego é assustador; a democracia e os direitos humanos estão em declínio”.
“Temos hoje um postal que dá uma imagem deprimente de Angola, que chega a ser quase apocalíptica. A pobreza instalou-se entre nós ao ponto de termos imensa gente a comer em contentores de lixo como nem mesmo nos tempos de conflito militar aconteceu”, referiu.
“O que preocupa mesmo é a ausência de Estado social e a pobreza galopante em Angola. Dizer que pelo menos 50% da população angolana (cerca de 18 milhões) vive com menos de 2 dólares por dia! Valor absolutamente insuficiente! Dizer que ao longo da última década, cada angolano, independentemente da classe de rendimentos a que pertence, ficou 50% mais pobre, pode surpreender, mas não queremos ficar por aqui”, apontou.
Na sua opinião, o País vai gastar muitos milhões nos 50 anos dolares de independência que deveriam ser prioritariamente direccionados ao combate à fome e à extrema pobreza
“A actuação mais gravosa para a economia nos tempos mais recentes foi a injecção de muitos milhões de dólares do tesouro, no mercado cambial, fazendo reduzir a taxa de câmbio até 405 kwanzas por dólar, em 2022, redução essa que foi totalmente orientada para a redução dos preços através de um aumento massivo de importações”, mencionou.
Disse que o País continua a viver um grave problema de correspondência entre a oferta e procura, não extrativas.
“Está hoje à vista que a política de diversificação da economia não está a produzir os efeitos pretendidos. Vão ficando para trás, ou pelo menos não se conhecem grandes resultados dos programas Angola Investe e do PRODESI, com os quais o Governo proclamava aos quatro ventos que alcançaria rapidamente as metas do aumento da produção nacional em sectores para além do petróleo e gás; do combate à pobreza, promoção do emprego e autoemprego por via de microempresas; da diversificação das fontes cambiais e fontes de investimento; da redução dos preços dos produtos da Cesta Básica e melhoria do ambiente de negócios”, referiu.
Na sua opinião, o papel dos órgãos de Regulação Económica continua insipiente, sem uma estrutura edificada, infelizmente ao serviço dos políticos que superintendem a área de actuação de cada regulador.
“E isto sucede inclusive com o BNA, acusado de omissão em matéria concorrencial no mercado cambial, sendo notória a incapacidade do Executivo de assegurar alta qualidade de regulação no País”,, rferiu.
Para a UNITA “na verdade, o Governo mistura a função de política de rendimentos do país, da responsabilidade do Executivo, com a função de recursos humanos. A UNITA defende que se encete um estudo para avaliar se não seria vantajosa a existência de ministérios distintos, um para atender as áreas do trabalho e Segurança Social (MTSS), que deve ser responsável pela política de rendimentos, e outro para a Administração Pública (MAP), que deve tratar da função recursos humanos e das remunerações do Estado”, explicou.