BENGUELA: PGR REGISTA MAIS DE 400 PROCESSO CRIMES ECONÓMICOS E FINANCEIROS

A Procuradoria Geral da República (PGR) em Benguela, registou, de 2017 a 2024, cerca de  417 processos-crime em instrução, 151 introduzidos em juízos, 108 acusados e 19 crimes julgados e condenados. 2022 foi o ano em que a província atingiu o pico com um número de 250 processos-crime de natureza económica e financeira e órgão instaurou, até 1º semestre deste ano, nove processos, dos quais 6 introduzidos em juízo e 3 em instrução.

ANNA COSTA

O balanço foi feito pelo Procurador da República junto dos Órgãos de Polícia Criminal, Armelindo Bastos, que falava na comemoração dos 21 anos da convenção da União Africana sobre a prevenção e o combate a corrupção, assinalado nesta quinta-feira, 11.

Os referidos crimes, segundo disse, estão todos assentes na base de fraude ou corrupção “que dá-se pela troca de favores, subornos e de um conjunto de manobras para sair do fim da fila, para estar a frente ou para que alguém faça ou deixa de fazer alguma coisa” , explicou.

Armelindo Bastos, disse ainda que das várias instituições e funcionários públicos que têm situações em tratamento na PGR  de Benguela envolvidos em crime de branqueamento de capitais, corrupção ou fraude, encontram-se funcionários ligados ao Governo Provincial de Benguela, Administrações  de Lobito, Bocoio, Balombe e Benguela , Porto de Lobito, Caminhos de Ferro de Benguela, Empresas de Água e Saneamento de Benguela  e Lobito,  Instituto Nacional de Segurança Social (INSS),  Hospital  Regional do Lobito e Benguela , Serviço de Investigação Ciminal (SIC), Polícia Nacional (PN) Ministérios  da Saúde e  Educação, Administração Geral  Tributária (AGT), Procuradoria Geral da República (PGR) e outros…

“Estas referências, surgem na base de muito deles estarem acostumados com a ideia de que para sair do fim da fila para frente, tem que dar aquilo que se chama gratificação” argumentou o Procurador.

No seu entender, já não existem as ditas “ordem superior”, graças a vontade política. “ Hoje, qualquer pessoa que ouve que passa o telemóvel para o fulano, já não aceita,” garantiu

Afirmou a existência de um combate sério da corrupção no país e que em função dos vários encontros pedagógicos a serem realizados, os cidadãos estão a ganhar consciência de que o crime não compensa.

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