MOVANGOLA REALIZA ACTO DE REFLEXÃO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DAS IGREJAS NO RESGATE DOS VALORES E VANDALIZAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS

O presidente do Movimento de Apoio Solidário de Angola (Movangola), António Alcino Sawanga, realizou nesta quinta-feira,6, em Luanda, um acto de concertação e reflexão sobre a participação das igrejas no processo de consciencialização e conservação dos bens públicos, respeito aos órgãos de soberania e resgate dos valores morais e cívico de modo a promover uma boa cidadania e defesa da paz.

ANNA COSTA

Segundo António Sawanga, o acto que tem realizado um pouco por todo o país e na diáspora, reveste-se de carácter pedagógico, na sequência, de ser um dos agentes multiplicadores das que considerou “boas informações” do Presidente da República, João Lourenço.

O certame, foi o primeiro acto enquadrado no projecto patriótico “ Angola Minha Terra, Minha Pátria e Meu País” lançado no passado dia,  27 de Abril de 2024. E serviu para apelar às igrejas no sentido de junto trabalharem na moralização da sociedade, harmonização social das famílias, bem como na tranquilidade do espírito.

O Reverendo Vladimir Agostinho Secretário-geral das Igrejas Cristãos em Angola, falando sobre o Respeito aos órgão de Soberania, repudiou a forma que a sociedade, com realce para os jovens, dirigem-se aos órgãos de soberania do país. No seu entendimento, muitos, apesar de passarem pelas escolas, desconhecem o significado destes órgãos.

Vladimir, lembrou aos jovens que já é de lei, a responsabilização civil e criminal em caso de desrespeito aos órgãos de soberania e apelou a sociedade a se sujeitar às autoridades, não por medo de punição, mas por dever de consciência.

“ Cabe a nós, ministros de Deus, a voz daqueles que não têm voz, alertar as autoridades a voltarem à sua vocação, que é a prática do bem. Se estas autoridades, porém, quiserem nos impor leis injustas, forçando a negar a nossa fé, cabe-nos agir como os apóstolos, antes nos importa obedecer a Deus do que aos homens” disse baseando num texto bíblico.

O líder da Igreja Simão Toco, Afonso Nunes, chamado a falar sobre o papel da Igreja na Moralização da Sociedade, considerou o assunto importante “num momento de stress, depressão e desespero”. Disse que a igreja não se deve calar quando os valores fundamentais da vida estão a ser “açambarcados”. No seu entendimento, se existisse, no país, a prática do que a bíblia ensina ter-se-ia uma economia robusta ao bem do público, serviços de qualidade, não haveria derramamento de sangue pelas ruas, “ e que o dinheiro, que é de todos, seria bem gerido e todos teriam as três refeições diárias, a destruição dos bens públicos seria algo estranho” disse o líder e apelou às igrejas a“ voltarem nos trilhos que Cristo traçou”.

Já o Padre Celestino Epalanga, representante da CEAST, ao dissertar sobre os resgate dos valores morais, assegurou que “ o reconhecimento de um problema é o primeiro passo para a saída do mesmo e disse reconhecer que a sociedade vives muitas crises, resumidas em uma “a falta de valores morais e cívicos”.

“Quando um adulto ou criança estiver a vandalizar um bem público devemos reconhecer que todos nós falhamos. Parafraseando Papa Francisco Epalnga disse que “Os líderes não devem esperar tudo dos governantes, seríamos infantis” e nós gozamos de um espaço com responsabilidade, capaz de iniciar e gerar novos processos de transformações.

Adilson de Almeida, Director Geral do INAR, disse no acto que as igrejas devem ser parte activa na reabilitação e apoio das sociedades feridas, na reconstrução das mentes e na construção de valores.

“A frase dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus não deve ser mal interpretada de modo a fazer com que a igreja não participe na promoção do bem comum”, disse.

Com relação às referências éticas, Adilson de Almeida, disse já não existir unanimidade social como na sociedade tradicional e o que é errado, começou a se olhar como normal, e alerta que são todos chamados para ser o sal da terra, a luz do mundo, e a força transformadora da terra.

Ao passo que o líder espiritual da Assembleia de Deus Pentecostal em Angola, Francisco Sebastião, afirmou que a corrupção no país e outros problemas sociais como, a poligamia, bigamias e demais “imoralidades” encontram-se num nível elevado e que começou a afectar as igrejas, tornando mais trabalhoso o trabalho de moralização e resgate de valores.

 “Estamos a lutar porque é mais fácil destruir do que construir. Precisamos apelar a quem de direito para que nos ajude a recompor os valores morais. Enquanto igreja, a nossa missão circunscreve-se na educação moral e cívica, nas leis de Deus e ensinar o homem de como andar em sociedade”, disse.

O Movangola é uma organização não-governamental, filantrópica, cujo objecto social são as acções de apoio solidário às comunidades mais vulneráveis.

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