Analistas políticos afirmam que o partido no poder, teme equilíbrio da composição da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), onde terá nove comissários, contra os oito de toda a oposição.

ESCRIVÃO JOSÉ

“O MPLA está muito preocupado. Se deixar o PRS e a FNLA terem os seus comissários na CNE, toda a oposição terá oito comissários, sendo cinco da UNITA, um do PRS, igual número da FNLA e PHA, totalizando oito”, disse a este jornal, o analista político Alvário Silveira Mieji.

Mieji concorda com o Grupo Parlamentar misto PRS/FNLA que acusa o Parlamento angolano de violar a Lei, ao distribuir um comissário na Comissão Nacional Eleitoral (CNE), para as duas formações políticas com assento na Assembleia Nacional.

“Nas eleições passadas estas duas formações políticas não concorreram coligados, apenas formaram um Grupo Parlamentar misto, o que regimento interno da Assembleia Nacional aprova”, acrescentou.

“Espero que o nosso Parlamento não caia neste erro tão grave, caso venha aprovar a composição da CNE”, acrescentou o analista político, frisando que com o equilíbrio na CNE, o MPLA terá poucas manobras para manipular os resultados eleitorais.

Um outro analista político, Fernando Chaves Jamba, espera que a UNITA, na qualidade do principal partido da oposição não deixe passar essa irregularidade.

“A partir de agora o PRS e FNLA devem aprender uma lição. Os dois partidos têm sido aliados do MPLA na aprovação de documentos importantes que a UNITA contraria. Agora estão numa empreitada forte”, notou o analista que também espera a reposição da legalidade.

O projecto de resolução, de iniciativa legislativa do Grupo Parlamentar da UNITA, estabelece a composição da CNE face aos resultados obtidos pelos partidos políticos ou coligações de partidos nas últimas eleições gerais.

O projecto de resolução propõe que o MPLA, vencedor das últimas eleições, tenha nove representantes na CNE, a UNITA cinco, o Grupo Parlamentar Misto FNLA/PRS e PHA com um representante cada.