DISCURSO DO PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO NO BANQUETE OFERECIDO PELO CHEFE DE ESTADO DA CORREIA YOON SUK-YEOL

EXCELÊNCIA YOON SUK-YEOL, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA COREIA EXCELENTÍSSIMA SENHORA KIM KEON-HEE, PRIMEIRA-DAMA DA REPÚBLICA DA COREIA, CAROS PRESENTES,

MINHAS SENHORAS, MEUS SENHORES,

Constitui para mim uma honra ser recebido nesta magnífica cidade de Seul, em companhia da minha esposa e da delegação que me acompanha, para realizar esta visita oficial à Coreia, onde temos sido alvos de atenções e de uma excelente hospitalidade, desde que chegámos ao vosso país.

Viemos à Coreia para abordarmos com Vossa Excelência e com as autoridades do vosso país, no âmbito desta visita, todos os aspectos que compõem o escopo da nossa cooperação bilateral, que se formalizou no ano de 1993, ao abrigo do Acordo Geral de Cooperação firmado entre os nossos dois países.

Transcorreram, desde então, 31 anos de intercâmbio e de trocas a todos os níveis e, apesar de termos realizado nesse período acções de cooperação com apreciável relevância, considero que estamos muito aquém de tudo quanto podemos fazer, tendo em conta o potencial de que os nossos dois países dispõem.

No encontro a sós que mantivemos há instantes, tive a oportunidade de me referir a um conjunto de ideias e de projectos de cooperação que os nossos dois países podem desenvolver, quer ao nível institucional como com o sector empresarial privado coreano, cujo dinamismo e capacidade empreendedora são amplamente conhecidos, pelo papel transformador que conseguiram realizar no plano da economia do vosso país, situando-a em muito poucas décadas ao nível das grandes economias do mundo.

Estamos aqui para procurarmos absorver as dinâmicas que impulsionaram o desenvolvimento do vosso país e poder contar com a vossa colaboração no sentido de ajudarem a República de Angola a dar passos firmes e seguros na construção de uma economia sólida, capaz de responder às necessidades fundamentais da população do nosso país e de se integrar no contexto da economia mundial.

Hoje procedemos à assinatura de alguns instrumentos jurídicos que vão certamente ajudar a incrementar e a intensificar os contactos entre entidades públicas coreanas e angolanas e entre homens de negócios de um e de outro lado, os quais encorajámos no Fórum Empresarial realizado ontem a buscarem as vastas oportunidades disponíveis no mercado angolano para realizarem negócios que possam redundar em benefícios comuns.

Apraz-me referir que pude constatar, nos contactos que mantive até aqui, o interesse e a sensibilidade coreana para as questões relativas à cooperação com o continente africano, que terá a sua expressão mais significativa e mais visível com a realização da Cimeira Coreia-África, que terá lugar proximamente, da qual esperamos que surja um quadro realista e pragmático de cooperação entre os diferentes países africanos e a Coreia.

EXCELÊNCIA SENHOR PRESIDENTE,

EXCELÊNCIAS, CAROS PRESENTES

Vivemos num mundo cada vez mais conturbado, com conflitos antigos que não se resolvem e outros novos que vão surgindo, um pouco por todas as regiões do nosso planeta.

É tempo de nos mobilizarmos ao nível da comunidade internacional para encararmos esses problemas com frontalidade e com coragem para se lhes dar solução, de modo a evitar que se eternizem ou que recrudesçam, ao ponto de degenerarem em conflitos de dimensão global.

Penso, assim, que todos os esforços que estão a ser envidados pelo vosso país no sentido de aliviar a tensão que paira sobre a península coreana devem ser encorajados, por considerarmos que só a via do diálogo e do entendimento entre os povos e as nações contribuirão, de facto, para o fim dos conflitos, por mais intrincados que sejam.

Esta deve ser a perspectiva que deve ser considerada na abordagem dos diferendos que subsistem actualmente, em cujo contexto incluo a invasão da Ucrânia pela Rússia, que merece uma solução que salvaguarde a integridade da nação ucraniana.

Temos assistido com preocupação o grave conflito que ocorre no Médio Oriente entre Israel e a Palestina, que tem vindo a ter amplas repercussões regionais, com risco de escalar para uma preocupante confrontação entre vários países dessa zona, o que aliás já começa a acontecer com a intervenção militar directa de outros actores, que deve ser objecto de atenção e de preocupação muito especial por parte de toda a comunidade internacional, de modo a agir-se para que Israel e o Irão mantenham a máxima contenção possível.

Estamos conscientes de que não haverá solução para o problema do Médio Oriente se não se tiver em conta os interesses do povo palestino e o seu direito à autodeterminação e à criação do Estado palestino independente e soberano.

Em África, continuamos a lutar contra as mudanças inconstitucionais de poder e o terrorismo em alguns dos nossos países, nomeadamente na região do Sahel e da África Ocidental e Central.

A situação no Sudão e na República Democrática do Congo afigura-se bastante preocupante a julgar pelo elevado número de mortos, feridos, deslocados internos e refugiados que criam, pela grande destruição das infra-estruturas e roubo dos recursos minerais e outras riquezas nacionais.

 Temos vindo a trabalhar no sentido de ajudar esses países a encontrar os caminhos do diálogo para se alcançar a paz duradoura e poderem, assim, se dedicar ao desenvolvimento económico e social dos respectivos países e das comunidades regionais em que estão inseridos.

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