UNITA ACUSA POLÍCIA NACIONAL DE SER CÚMPLICE DOS AUTORES DO ATAQUE OCORRIDO NO CUANDO CUBANGO

Em nota enviada a redacção do Jornal Hora H, o Grupo Parlamentar da UNITA (GPU), entende que a justificação da Polícia Nacional (PN) sobre os “ataques” ocorridos no Cuando Cubango, marcados supostamente por tentativa de assassinato de Deputados e membros do Secretariado Provincial revela não só a tentativa velada de não obrigar as responsabilidades constitucionais legais mas também a cumplicidade com os autores morais e materiais do acto.

ANNA COSTA

Sobre a informação segundo a qual a Delegação da UNITA não tinha solicitado escolta policial para o asseguramento à caravana, o maior partido na oposição rebateu a informação e esclareceu que o Secretariado Provincial da UNITA no Cuando Cubango endereçou uma comunicação ao Comando Provincial da PN a 10 de Abril, devidamente recebida e protocolada, dando conta da deslocação dos Deputados, a 12 de Abril, para o Município do Cuito Cuanavale.

“Ao abrigo da Lei a Polícia devia garantir a segurança da Delegação, o que não aconteceu”, lê-se na nota.

O documento explica que ” a comitiva dos Deputados, acompanhados pelos membros do Secretariado Provincial, partiu às 8h53 para o Cuito Cuanavale e, por volta das 9h05, encontrou na sede da Comuna do Longa efectivos da corporação com cones à frente, ponto no qual estavam membros da OMA, JMPLA e crianças expostas na frente da multidão, que estava a barrar a estrada junto da Polícia, devidamente uniformizada, organizada e cujos integrantes estavam todos armados com objectos contundentes. Estes começaram de imediato a arremessar pedras, paus e outros objectos à Delegação, tendo causado Dez feridos dos quais quatro graves e um abandonado no terreno (inanimado), tido por falecido, cujo paradeiro, até ontem, era desconhecido, que foi resgatado e socorrido pelos bombeiros por volta das 17h00, mas apenas pelas 23 horas reanimado e recuperou a consciência, consequência dos traumatismos craniano”.

Do ataque protagonizado por militantes do MPLA de acordo com o GPU, resultaram dez feridos, contrariando os 4 ditos pela PN.

GPU CONDENA TENTATIVA DE CULPAR AS VÍTIMAS DO ATAQUE E APRESENTA LISTA DOS FERIDOS

O GPU disse condenar qualquer tentativa de se culpabilizar as vítimas e deixar impunes os agressores que, segundo diz, como no passado recente, cumpriram ordens superiores.

“Uma tentativa de assassinato de cidadãos, em pleno exercício de direitos constitucionais, não deixa de ser crime pelo facto do assassinato não se ter consumado. Toda a acção que viola direitos liberdades e garantias fundamentais deve merecer a mais viva condenação da sociedade, independentemente da origem das pessoas, suas convicções ideológicas ou credo religioso”.

Do ataque protagonizado alegadamente por militantes do MPLA, segundo a UNITA resultaram dez feridos nomeadamente :

1º Manuel Hichica Samussole – 72 anos, ferido na cabeça;

2º Inês Ngueve Herculano – 52 anos, ferida no queixo;

3º Ana Jambela Ekandi Jamba – 28 anos, ferida na mão direita;

4º Rita Kamahia Américo – 29 anos, atingida na coxa;

5º Bento Augusto Ndala – 50 anos, ferido na sobrancelha esquerda;

6º Miguel W. Tchicundico – 31 anos, ferido no tornozelo;

7º Amélia Tchissanga – 30 anos, ferida no braço direito;

8º João Ginga – 60 anos, ferido gravemente na cabeça;

9º Evariso Manuel Tchipema – 50 anos, ferido na anca;

10º Paulo Salomão (motorista do Toyota Hiace) – 30 anos, ferido no ombro.

Entre as viaturas com danos materiais, constam viaturas protocolares dos Deputados David Kissadila e Jeremias Kaunda.

GPU insta as autoridades competentes a desempenharem o seu papel no quadro do Estado Democrático de Direito, promovendo confiança nas instituições republicanas, pois a sua imagem tem sido maculada pelo partidarismo e impunidade.

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