O Secretário-Geral Adjunto do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), Laurindo Tchiucua Mande, acusa Ministra da Educação, Luísa Grilo de incompetente após o pronunciamento da mesma, com relação a marcha realizada pelo professor Diavava Bernardo, na passada quinta-feira, com cerca de 300 alunos a protestarem a falta de carteiras na escola 5118 no Distrito da Estalagem em Luanda

ANNA COSTA

Em entrevista cedida ao Jornal Hora H, Laurindo Mande considera Luísa Grilo de incompetente por considerar “a iniciativa precipitada e o professor imprudente”, e sugere a destituição da mesma ao cargo que ocupa.

“Se eu fosse João Lourenço, a Ministra da Educação já não estaria no cargo em que está, primeiro, ela é uma titular incompetente, e segundo, porque faz negócios consigo mesma. A Ministra da Educação tem 12 colégios e todos eles têm carteiras, portanto, ela ao falar de uma escola onde estudam os filhos dos camponeses, que não tem carteiras, claro que ela vai achar ser anormal”, disse Tchiucua Mande e acrescentou “ Se mudássemos de Ministra estaríamos a mudar de políticas na Educação, porque quando se muda a pessoa, automaticamente, muda-se a forma de pensar e de agir”.

Sobre a publicação feita pelo governador provincial de Luanda, Manuel Homem, apagada horas depois, onde considerou “ irresponsável” a atitude do professor, o secretário Adjunto do MEA disse não fazer sentido porque a acção do professor é, segundo o mesmo, legal e aplaudível.

Para Laurindo Mande se acção do professor Diavava Bernardo não fosse aplaudível, depois do sucedido, a Direcção Provincial da Educação não colocaria carteiras na referida escola.

“Os governantes de Angola nunca vão dizer que a manifestação é positiva, eles vêem o direito a manifestação como se tratasse de guerra, esquecem que foram eles que aprovaram este artigo para o cumprimento do cidadão”.

Quanto a posição do Ministro do Interior, Eugénio César Laborinho que disse desconhecer a informação de que houve tiros para dispersar as crianças, o MEA considera ser ignorância por parte do titular da pasta e disse não ser possível Laborinho não ter a informação do sucedido.

Laurindo Tchiucua Mande acusou ainda o Comandante Municipal de Viana Gabriel Capusso em conivência com o Director da Escola 5118, onde pertence os alunos e professor ora detido, de chamar a Polícia de Intervenção Rápida, (PIR) para dispersar as crianças com tiros.

“Até onde eu sei a PIR só sai em situações de emergência. Quando a PIR sai, o Comandante Geral tem que ter conhecimento e este, por sua vez, informa ao Ministro do Interior de que vamos tirar a PIR para uma certa acção”.

O Jornal Hora H, dirigiu-se até a escola 5118, e foi recebido pelo Director Geral que escusou-se a conceder entrevista e não autorizou a conversa com os alunos, mas o Secretário Adjunto do MEA revelou que o professor em questão, corre o risco de ser destituído da lista do Ministério da Educação (MED).

“A delegação Provincial da Educação de Luanda acha que ele é um professor rebelde, que realiza manifestações violentas, ele corre o risco de ver o seu nome fora das lista do MED alegadamente por descumprir algumas regras que eles entendem ser de cumprimento obrigatório”, explicou.

O Jornal Hora H, tentou contactar o Professor Diavava Bernardo, mas sem sucesso.