MARA QUIOSA GARANTE DIAS MELHORES PARA A COMUNA DE TANDO-ZINZE EM CABINDA
A instalação da energia eléctrica da rede pública, distribuição da água potável, comunicação telefónica e vias de acesso vão merecer uma atenção especial do Governo Provincial de Cabinda, com vista a diminuir o impacto das dificuldades que condicionam o bem-estar dos 23.727 habitantes da comuna de Tando-Zinze.
Tando-Zinze, a 35 quilómetros a sudeste da cidade de Cabinda, é a maior comuna do município sede, com 720 quilómetros quadrados, 45 aldeias, quatro regedorias e nove sobados, cujos habitantes se dedicam, principalmente, ao trabalho do campo, cultivando, essencialmente, mandioca, banana, batata doce e rena, feijão, milho e ginguba.
A população do Tando-Zinze dedica-se, também, à caça e à pesca, como meios de sobrevivência.
A governadora provincial de Cabinda, Mara Quiosa, visitou, recentemente, a localidade, para se inteirar das principais dificuldades e constrangimentos que condicionam o bem-estar da população.
A administradora Madalena Chivuanga fez saber que Tando-Zinze tem muitos projectos de desenvolvimento, que nunca saíram do papel, o que está a adiar o sonho dos habitantes de dias melhores.
“A população dessa co-muna lança um grito de socorro, para o Governo solucionar os problemas”, referiu, aconselhando a nova governadora a “ouvir muito e agir com o apoio de todos que lhe desejam boa governação.”
Para Madalena Chivuanga, a falta de energia eléctrica da rede pública em toda a extensão da comuna condiciona o seu desenvolvimento. Actualmente, acrescentou, a luz é fornecida por um gerador, que funciona de quando em vez, devido ao consumo excessivo de combustível, o que acarreta gastos avultados à Administração.
A solução do problema, referiu, passa pelo fornecimento de energia eléctrica da rede pública, que pode chegar à sede comunal e demais áreas a partir da Central Térmica de Malembo, localizada a poucos quilómetros de Tando-Zinze.
A água é outro problema que aflige os habitantes da comuna. Das 45 aldeias, apenas quatro beneficiam de água e as demais recorrem aos poços e rios.
Nas aldeias do Chiobo, Lucula Zenze, Pove e Chinguinguili, os sistemas de captação e abastecimento de água estão avariados e a população do Bumelambuto consome água enferrujada, devido à deterioração da tubagem metálica, instalada na era colonial.
Na sede da comuna, o fornecimento de água depende do funcionamento do grupo gerador. Quando este não tem combustível não há abastecimento de água. “O furo de água existente não satisfaz as necessidades dos consumidores e o novo sistema montado não abrange todas as localidades”, lamentou.
Deu a conhecer que, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), está a ser construído, na localidade de Bonde Grande, um sistema de captação e abastecimento de água, com um reservatório de 50 mil litros cúbicos, para beneficiar 504 famílias das aldeias de Ntamba, Bonde Pequeno e Grande e Cunda.
No sector da Educação, de acordo com Madalena Chivuanga, há a necessidade de se construir mais estabelecimentos de ensino, na medida em que “existem aldeias sem escolas, desde a época colonial, e outras com salas de aula sem condições, carecendo de reabilitação”.
Segundo Madalena Chivuanga, nas localidades de Bonde Grande, Bumelambuto e Macanga Grande, com população estudantil considerável, há falta de escolas em condições.
Lamentou a paralisação dos projectos de construção de escolas nas aldeias de Caicaliado, Bumelambuto e Sintobutuianga, bem como a não entrega, por parte do empreiteiro, da escola de Tchínsua, concluída há mais de dez anos.
No sector da Saúde, a comuna carece de mais técnicos (médicos e enfermeiros) e melhores condições de trabalho. Os centros e postos de saúde não dispõem de auxiliares de limpeza, por serem unidades não orçamentadas.
“Não se consegue contratar auxiliares de limpeza, o que leva o técnico ou enfermeiro de serviço a fazer os trabalhos de limpeza”, esclareceu a administradora de Tando-Zinze, acrescentando que a falta de energia nos centros de saúde condiciona os serviços de parto, no período nocturno, muitas vezes realizados à luz de vela ou com o auxílio de lanternas e/ou telemóveis.
A ausência de postos médicos nas aldeias distanciadas, como Bondes Grande e Pequeno, São Pedro Côte e Uângulo, segundo a administradora, faz com que a população percorra longas distâncias em busca de assistência médica e medicamentosa.
Soluções à vista
Em declarações à imprensa, a governadora Mara Quiosa disse ser urgente a construção de uma escola na localidade do Bonde Grande, já que a actual, de duas salas, erguida pelas autoridades coloniais, já não satisfaz a procura, o que faz com que muitas crianças em idade escolar estejam fora do sistema de ensino.
Segundo a governadora Mara Quiosa, a localidade tem um centro de saúde que está inoperante há anos e os trabalhos sanitários estão a ser realizados na casa de um munícipe, devendo-se rever, com urgência, a recuperação da unidade sanitária.
“Nos centros de saúde e postos médicos visitados encontramos somente enfermeiros”, sublinhou a governadora, tendo garantido que a carência de médicos será minimizada, no quadro do novo concurso público do Ministério da Saúde.
Em relação à mobilidade de pessoas e bens, Mara Quiosa garantiu que está a ser feito um levantamento sobre as condições das vias secundárias e terciárias da comuna, para serem reabilitadas.
“Neste momento, a Administração Municipal tem estado a fazer trabalhos de terraplanagem e abertura de vias”.
Na comuna de Tando-Zinze, Mara Quiosa visitou, também, o Complexo Escolar Missionário do Lucula-Zenze, adstrito à Igreja Católica, no quadro da sua responsabilidade social junto das comunidades.
A direcção da escola apresentou como preocupações a falta de energia eléctrica e de água, o que tem estado a condicionar as aulas e o funcionamento do centro de saúde aí instalado.
“Os grupos geradores já não correspondem à procura e acabam por ser muito onerosos, porque temos que alocar verbas para a aquisição de combustível e para a manutenção, o que cria constrangimentos na nossa gestão”, disse o director da escola.