ELEIÇÕES: UNITA PEDE CALMA AOS APOIANTES MAS DIZ TER DADOS QUE LHE PODEM DAR A VITÓRIA

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A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) apelou hoje à calma dos seus apoiantes, mas disse ter já dados das atas eleitorais que lhe podem dar uma vitória nas eleições gerais de quarta-feira.

Depois da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) ter indicado que o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) tem maioria absoluta, segundo os dados preliminares a partir das atas síntese que incluem os votos de cada uma das mesas de voto, o dirigente da UNITA Ruben Sicato afirmou que o partido está a assumir uma posição “responsável” e deve contar as atas e ter a certeza antes de reivindicar vitória.
Muitos dos apoiantes têm dito que “nunca deveríamos aceitar os resultados que a CNE está a apresentar”, porque “sabem que o que está a ser apresentado não corresponde à realidade”, afirmou Ruben Sicato, em conferência de imprensa na sede do partido.

No entanto, acrescentou: “Temos de tomar a atitude que deve ser de um partido responsável, temos que ter as atas” das votações e “não há espaço para nós criarmos um ambiente de convulsões, um ambiente de certa agitação que foi o que o nosso adversário procurou fazer o tempo todo”.

Segundo os dados provisórios da UNITA, com 39,8% das atas contadas, o maior partido da oposição tem 46,89% dos votos, contra 47,99% do MPLA. Uma diferença que a UNITA prevê superar à medida que os dados da província de Luanda, a maior do país, forem inseridos no seu sistema.

Na conferência de imprensa, a UNITA reivindicou vitória em pelo menos três províncias (Luanda, Zaire e Cabinda) e sustentou que os dados provisórios indicam que a oposição tem votações elevadas em praças-fortes do MPLA, como Sumbe, Menongue ou Moxico.

Em Luanda, os dados da UNITA indicam que, com 53% das atas apuradas, o partido do Galo Negro ganhou com 66,33% contra 30,87% do MPLA.

“Obviamente que, à medida que os votos forem contados as coisas vão-se alterar”, afirmou Ruben Sicato, que insiste que o seu partido quer “transparência” e só está a divulgar os dados constantes das atas síntese das votações. “Temos os mesmos dados que a CNE”, frisou.

Por seu turno, a deputada da UNITA Mihaela Web disse que hoje o partido apresentou uma nova reclamação junto das autoridades judiciais porque “o anúncio dos resultados provisórios pela CNE não estão conformes à lei”.

Contudo, admitiu que a queixa dificilmente será atendida porque, em Angola, “as instituições judiciárias ainda recebem ordens do poder executivo”.

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