EM LONDRES: MANIFESTANTES HUMILHAM JOÃO LOURENÇO E SUA FAMÍLIA

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Lisboa – Por volta das 12 horas de Quinta-feira (30), o presidente angolano, João Lourenço, chegava a Londres proveniente de Lisboa, onde esteve a participar numa conferência da ONU. Na capital londrina, a visita era de carácter privada visando participar na cerimónia de entrega de diploma da sua filha mais nova, Ana Isabel. O hotel escolhido em Londres, seria o “Grosvenor House London”, que acolheu toda a família presidencial. Ao acomodar-se, o líder angolano pediu que lhe levassem até ao quatro 802 (suíte presidencial Kensington Penthouse) um chá e uma sanduiche. Nada mais porque de noite estava programada o jantar em família para o propósito que o levou a capital inglesa.

Ao cair da tarde, o Presidente angolano, viu-se impedido de sair pela entrada principal do hotel para ir jantar com a família, porque um dos seguranças comunicou que pela parte de fora, da rua “Park Lane”, do bairro Mayfair, estavam concentrados jovens activistas angolanos exibindo cartazes com dizeres apelando por “eleições sem recurso a fraude” e outros pedindo a libertação de Luther Campos “Luther King” e “Tanaice Neutro”, dois jovens activistas encarcerados pelo regime angolano desde Janeiro de 2022.

A visita a Londres era de carácter privado e não anunciada pelas autoridades pelo que se previa ser discreta. A caravana de mais de 150 pessoas que acompanhou o Presidente, a Lisboa, foi dispensada a regressar a Luanda. O Director de gabinete Edeltrudes Costa foi dos poucos que seguiu com o Presidente a Londres, mais um outro responsável. A ministra Carolina Cerqueira ficou por mais um dia na capital portuguesa. Parte dos seguranças presidenciais foi dispensada para regressar a Luanda. Na capital inglesa, estava apenas um número reduzido de escoltas, o que suficiente para que grupos da comunidade angolana em Londres aproveitasse para invadir o hotel que acolhia o Chefe de Estado angolano. Face a invasão alguns dos guardas que estavam com o Presidente telefonaram a Luanda, para pedir instruções.

Dias antes, um dos promotores do protesto dirigiu-se a esquadra da polícia de Mayfair, explicando sobre a situação política em Angola e que queriam fazer um apelo ao seu Presidente que iria ficar hospedado no hotel “Grosvenor House London”.

Segundo apurou o Club-K, os promotores da manifestação quiseram saber das autoridades policiais onde iriam os seus limites e comunicaram que fazia parte dos seus planos, levar ovos e fubá como objectos de arremessos para chamar atenção da família presidencial que estava no hotel. A Policia garantiu que não seriam detidos nem molestados mas que o máximo, que poderiam fazer, em caso de excessos, seria retira-los do perímetro do referido hotel.

A concentração dos jovens aconteceu na quinta-feira (30), tendo repercussão no dia seguinte. Por volta das 12 horas de sexta-feira (1), um membro da comunidade, identificado por “Ma Nacho”, foi fazer reconhecimento no hotel dizendo que queria falar com a hospede Ana Dias Lourenço. Enquanto o funcionário do hotel verificava se a referida pessoa estava naquele hotel, a Primeira-Dama, por coincidência, chegada da rua, vindo das compras. “Man Nacho”, começou a filmar Ana Dias Lourenço dirigindo se a mesma para lançar o apelo de soltura dos presos políticos em Angola.

Paralelamente, um dos guarda-costas angolanos da mesma, atirou com uma garrafa ao manifestante, enquanto que os seguranças do hotel pediam desculpas ao mesmo pelo sucedido.

Enquanto isso, os membros da comunidade foram assolados com a informação de que “os guardas da caravana presidencial estavam agredir “Man Nacho”, e todos direccionaram se ao referido hotel em socorro do agredido. Teriam também chegado, angolanos de outras províncias como “Leeds” e “Manchester” para se juntar a manifestação tendo ai pernoitado até sábado.

Na noite de sexta-feira, as filhas do Presidente de Angola viram-se desencorajadas a sair para dar continuidade as celebrações do canudo de Ana Isabel, devido a um grupo de cerca de 15 manifestantes que se concentravam ainda em frente ao hotel.

João Lourenço já não lá estava pelo que há informações de que deixou Londres nas primeiras horas de sexta-feira. A concentração de jovens atraiu a media local, com destaque a BBC que tinha no terreno um repórter. Aos jornalistas locais, o activista angolano Alfa Kuabo, justificou que “aqui tem um ditador que o governo inglês acobertar. Ele não esta aqui em visita oficial mas em privada gastando 30 mil libras por dia neste hotel”.

A manifestação terminou as 5 da manha de sábado (2). Esta foi a primeira vez que a diáspora angolana realiza uma manifestação de protesto contra as autoridades angolanas que durou mais de dois dias.

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