ELEIÇÕES: MILITANTES DO MPLA QUESTIONAM A EXCLUSÃO DO VOTO DE ANGOLANOS EM CUBA
Luanda – Vários militantes e simpatizantes do MPLA não compreendem as razões que levaram o Executivo angolano a impedir os angolanos em Cuba de participar nas eleições gerais de 24 de Agosto.
Alguns membros, militantes e simpatizantes do MPLA, contactados pelo Novo Jornal, entendem que o voto dos angolanos em Cuba faz “muita falta” ao partido, já que neste País com o qual Angola tem “fortes relações em vários domínios”, vive muita gente.
“Cuba e Angola são países irmãos e têm fortes relações de amizade. Nestas eleições, em que pela primeira vez os angolanos no exterior vão votar, os que vivem em Cuba não deviam ser excluídos”, disse ao Novo Jornal o membro do MPLA no município de Kilamba Kiaxi, Mateus Wete Diacaca.
Um outro militante, Salvador Pompão Toco, é da mesma opinião, defendendo também o voto dos angolanos que se encontram na Rússia.
“Não obstante a Rússia estar em guerra com a Ucrânia, os angolanos que estão nesse país e em Cuba, não deviam ser impedidos de exercer o seu direito de voto”, afirmou.
Mesmo não havendo eleições em Cuba, a embaixadora de Angola naquele país, Maria Cândida Teixeira, prestou, terça-feira, 14, em Havana, esclarecimentos sobre o processo eleitoral em curso em Angola.
Durante um encontro de trabalho com os homólogos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) acreditados na República de Cuba, a diplomata angolana reafirmou o empenho do Executivo na preparação do pleito eleitoral a decorrer a 24 de Agosto.
Cândida Teixeira apontou ainda que “as quintas eleições gerais serão históricas, por serem as primeiras que vão contar com eleitores angolanos residentes no exterior do País”.
UNITA diz que exclusão é falta de transparência
O secretário para a organização da UNITA, Diamantino Mussokola, contactado pelo Novo Jornal para uma opinião a respeito da situação, disse que Cuba é um país, a exemplo de outros, que por muitos anos apoiou o Governo angolano e os angolanos nesse Estado acabam de ser excluídos neste processo das eleições.
“Dos 400 mil angolanos residentes no exterior, 22.560 actualizaram o seu registo eleitoral. Países como Cuba, Estados Unidos da América e tantos outros foram excluídos, isto não é transparência”, acrescentou o também deputado à Assembleia Nacional, que está preocupado com a forma como as eleições serão fiscalizadas no exterior.
Segundo a CNE, em África as eleições terão lugar na África do Sul (nas cidades de Pretória, Cabo e Joanesburgo), na Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu), República Democrática do Congo (Lumbumbashi, Matadi e Kinshasa), República do Congo (Brazaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Soluezi, Lusaka e Mongo).
Na Europa e América terão lugar na Alemanha, Bélgica, Brasil, França, Grã-Bretanha Países Baixos e Portugal. NJ