PIRATARIA GOVERNATIVA DE KWATA KANAWA IRRITA POPULAÇÃO MALANJINA

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O povo malanjino espalhado por toda parte do mundo, não entende a permanência do governador de Malanje, Norberto dos Santos, ou simplistamente Kwata-Kanawa, na liderança da província, uma vez que, a olho nú, Malanje está transformada numa autêntica ruína no que se refere o seu desenvolvimento

Mukwá Kilunje

De tanta frustração, o povo conclui que Kwata Kanawa é portador de um “feitiço raro” que assegura-o a manter-se no palácio há tanto tempo, mesmo diante de inúmeros protestos protagonizados pelo povo.

Até ao momento, é o único governador que resiste desde o consulado do anterior Presidente, José Eduardo dos Santos, que deixou a liderança do país em 2017.

Fazendo as contas, Kanawa está “pendurado” no comando de Malanje há 10 anos; desde 2012 que ali aterrou e durante esse período, de acordo com os malanjinos, a província não registou nenhum desenvolvimento nos mais variados sectores da esfera pública.

“Nunca vimos nada desde que esse governador chegou a Malanje, muito pelo contrário, a nossa província voltou atrás”, disse um munícipe.

Dados por se apurar indicam que a província em causa embarcou num retrocesso marcante, fazendo com que grande parte da população esteja sem esperança, forçando-os a deixar a terra natal rumo a outras regiões à procura de subsistência.

“Não há emprego para a juventude, há inúmeras crianças fora do sistema de ensino, há pessoas a venderem-se por causa da fome, a cidade está toda velha, ruas esburacadas, se eu tivesse condições sairia de Malanje, vontade de ficar em Malnaje já não tenho”, disse Diniz, morador da Canambua.

Ao longo dessa década, muitos recados Kwata Kanawa já recebeu do povo no sentido de abandonar a governação face ao retrocesso que se verifica na província

Os mais corajosos organizam-se para protestar energicamente contra a forma como Kanawa banaliza a governação e a situação social dos cidadãos, o que em regra geral tem custado cadeia, culminando com tortura protagonizada pele polícia, sob orientação, segundo dados, de Kwata Kanawa. 

“A manifestação é um direito, mas já fui presos várias vezes, já levei porrada, aqui os activistas não respiram, mas vou continuar a manifestar até o Kwata Kanawa sair de Malanje”, afirmou Figueiredo.

Kanawa, quando da sua chegada a Malanje, prometeu dialogar permanentemente com a juventude, mas o que se constata são apenas as lavras que se evaporaram com o passar do tempo. 

Há uns anos, o vice-Presidente Bornito de Sousa, ao visitar Malanje, os jovens entenderam que seria uma boa ocasião para manifestarem-se de maneira a fazer chegar um recado de forma directa ao ponto mais alto do poder no país. 

Como resultado daquela acção, quatro activistas foram sumariamente condenados a seis meses de prisão pelo tribunal daquela província. Entretanto, os protestos de manifestação não pararam e o governador resiste. 

Na primeira visita do Presidente João Lourenço àquela província, os agentes da polícia anteciparam-se e colocaram sob sua custódia todos os activistas da cidade Malanje e não só, recolhendo-os cada um na sua própria residência, sendo encerrados numa cela e soltos horas depois do Chefe de Estado deixar Malanje.  

Consta que o governador e sua esposa estão mais preocupados em fazer negócios do que resolver os problemas que assolam essa região a nordeste de Angola.

“A empresa que controla a merenda escolar é do governador de Malanje e a mulher dele; a empresa de recolha de lixo, Kwata Kanawa é sócio; nos projectos de construção, os concursos públicos são ganhos pela empresa do governador”, acusou. 

Um dado a referir: Malanje é composto por 14 municípios dos quais, apenas dois, Cacuso e Malanje, beneficiam de luz eléctrica; a maioria depende de geradores que geram grandes despesas aos cofres do Estado, relativamente ao abastecimento de combustíveis bem como a manutenção dos equipamentos.

Recentemente, em entrevista a um órgão de comunicação social, o governador foi questionado sobre a distribuição de energia nas restantes localidades tendo em conta o projecto Kapanda; este por sua vez disse que “seria desnecessário porque os moradores desses lugares não teriam condições de pagar a energia e que também seria dispendioso para o Estado”.

Este argumento do dirigente levantou várias reacções, e não só, tanto a nível de Malanje como em outras latitudes, tendo o mesmo sido tratado pela maioria das opiniões como um indivíduo de mau carácter e pouco inteligente.

Sobre sair ou não de Malanje, não faz muito tempo que Kanawa disse publicamente que não vai deixar a liderança da província, a menos que o Presidente da República, João Loureço, o tire de lá. 

Há alegações atestando que o governador de Malanje mantém uma relação de compadrio com João Lourenço, que a ser verdade, pensa-se que os malanjinos terão que suportar por muito mais tempo ainda Norberto dos Santos. Gostando ou não, este é o dirigente que o povo dessa terra nunca escolheria, mas é o que têm para seu azar. 

Desde o regime anterior que vai resistindo a tantos protestos durante uma década, entre ofensas e pragas metralhadas pelos populares para vê-lo fora de Malanje. Porém, a conclusão a que sechega, vinda desse povo, é que “o feitiço de Kwata Kanawa é mesmo do demónio”.

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