VISÃO JORNALÍSTICA: CLAREAR O HORIZONTE – SIONA CASIMIRO WATU-LATA

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Clarear o Horizonte

Abriu, anteontem, a 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. Na agenda, recorreu a guerra da Ucrânia, com a ameaça nuclear como tentação russa em compensar revezes no terreno. Precisa de urgente intervenção, advogou o secretário-geral do órgão internacional, António Guterres. Referiu o quadro em entrevista ao canal de TV ‘Franca 24’, no sábado passado. Entre as sequelas desta degradação, focou o aumento da fome no Corno da África, alvo de seca quatro anos seguidos.

Por cá, o processo eleitoral findou formalmente. O presidente da república reeleito, João Lourenço, tomou posse na passada quinta-feira, com uma enchente de pares e figuras internacionais. No dia seguinte, renovou o Governo central e os governadores de província, todos investidos no arranque da semana em curso. No mesmo dia, a Assembleia Nacional, recomposta pelo sufrágio, abriu as portas, elegendo o seu número um. A senhora Carolina Cerqueira sucedeu a Fernando da Piedade Dias dos Santos, ‘Nandó’, que parecia perene. Por acaso, o templo afamado da pluralidade acusou a sua primeira desavença, radicada na leitura conflitual das lições da urna. Em cascada, ainda, o Conselho Nacional de Segurança reuniu-se, sob a orientação do presidente Lourenço, no dia 19. Foi, por sinal, a véspera da data marcada como o limite do “grau de prontidão combativa elevada” do conjunto das forças, começado a 04 do corrente. O compasso castrense da fluidez acentuou uma vontade unilateral de encerrar a fase eleitoral e restaurar a ordem governativa. Sintomaticamente, ao instalar os seus auxiliares, (pouco mexidos, diga-se), o presidente Lourenço vincou: “Para este mandato que agora iniciamos, o lema é trabalhar mais e comunicar melhor “. A dedução estratégica exclui a bitola do recuo sofrido junto do eleitorado, que foi não menos real. O paradigma de 2017 proclamava “Renovação e transformação na continuidade. Melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”. Sobre a justeza desta guinada, a prática dirá na avaliação objectiva do prazo clássico dos 100 dias inicias. Atentaremos na altura.

Colateralmente, a vitalidade espiritual da Nação adequou-se em intensidade. Exprimiu-se no domingo passado com um culto ecuménico dedicado ao centenário natalício do primeiro presidente da República, Agostinho Neto.

Os Católicos realizaram o II Simpósio Internacional sobre a Bíblia, em Luanda, de sexta-feira a domingo transacto.

Por outro lado, a conjuntura sociopolítica levou a CEAST ao palácio na segunda-feira. Serviu para felicitar o reeleito presidente e assumir o múnus conciliador de sanar o clima. A comitiva episcopal integrou o presidente da CEAST, D Manuel José Imbamba, arcebispo de Saurimo, e D Filomeno Vieira Dias, arcebispo de Luanda. À imprensa, D Imbamba elucidou a faceta mediadora da diligência, nos rasgos, que citamos: “Viemos para dar-lhe os nossos conselhos (…) Pedimos-lhe para que enquanto chefe de Estado, pudesse, também, desanuviar este momento de carga política negativa que estamos a viver para que a sociedade se distenda mais (…) Os partidos políticos estão muito activos, estão praticamente a monopolizar a vida da sociedade. Então, é preciso que os responsáveis políticos se sentem, dialoguem mais e ajudem a criar o ambiente social, politico mais sereno”

 

VISÃO JORNALÍSTICA

(Uma co-produção de Siona Casimiro e Padre Augusto Epalanga. Apresentação de Wilson Capemba).

Luanda, 22 de Setembro de 2022.

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