ALGUNS ACUSADOS DE VIOLAREM SEXUALMENTE EM 2025: QUE ANGOLA ESTAMOS A CONSTRUIR?
Hoje, ao ver o vídeo da jovem Belma, fiquei profundamente abalada. Chorei. Porque vi nela não apenas uma menina, mas um retrato de muitas outras meninas angolanas. Vi dor, desespero, abandono. E, mais do que tudo, vi a falência de um sistema que deveria proteger, mas que atormenta.
Até quando vamos continuar a viver numa Angola onde a insegurança vem de quem deveria garantir a nossa segurança?
O que levou a jovem até aquele quarto, não sabemos ao certo foi sequestrada? Foi coagida? Foi por falta de opções? Mas, na verdade, isso não importa.
Nenhuma mulher merece passar pelo que Belma passou.
Não importa a sua história, a sua profissão ou as circunstâncias. Nenhuma mulher merece humilhação, violência ou abuso. Muito menos por parte de quem usa uma arma, uma farda e carrega o dever de proteger.
Por que tanta maldade? Por que tanto ódio?No vídeo, nota-se que Belma é inocente, vulnerável. Talvez tenha sido levada a esse caminho pelas circunstâncias da vida. Talvez, como muitas jovens angolanas, não viu outra saída porque o próprio país lhe negou oportunidades e dignidade.
E mesmo assim… ela clamou:
Chefe, não me mata… chefe, não me bate.
Essas palavras ecoam como um grito por justiça. Um apelo por humanidade.
Quantas Belmas existem em Angola?
Quantas meninas passam por isso todos os dias, em silêncio, sem que ninguém filme, sem que ninguém denuncie? Algumas conseguem escapar. Outras, infelizmente, não.
O Ministério do Interior precisa rever urgentemente quem está a receber autoridade para proteger o povo.
Quem são esses efectivos que controlam a circulação?
São servidores públicos ou agressores com farda?
São defensores do povo ou homens armados com sede de poder?
Chegamos ao fim de 2025. Não podemos entrar em 2026 com os mesmos erros.
É hora de refletir. É hora de mudar.
Uma Angola segura começa com respeito pela vida, pela mulher, pelo povo.
Porque chefe de verdade não bate. Chefe de verdade não mata.
Fernanda Luzembia


