O Bureau Político do Comité Central do MPLA descreveu, quinta-feira, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” como um intrépido filho de Angola e patriota profundamente dedicado às nobres causas do povo angolano.

Numa mensagem de condolências, a que o Jornal de Angola teve acesso, o MPLA sublinha que o desaparecimento físico de Fernando da Piedade Dias dos Santos representa uma perda irreparável para a Nação, tendo em conta o seu percurso de entrega à luta pela liberdade, independência e dignidade do povo angolano, iniciada no princípio da década de 1970, no quadro da acção clandestina.

Natural da província de Luanda, onde nasceu a 5 de Março de 1952, ingressou no Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) em 1971 e iniciou o seu percurso político-militar em 1974, participando activamente em momentos determinantes da história do país desde a proclamação da Independência Nacional.

O BP do MPLA realça, ainda, que ao longo de uma trajectória marcada pelo sentido de missão, disciplina e lealdade aos valores da Pátria, Nandó exerceu com reconhecida competência diversas e elevadas funções no aparelho do Estado, tanto no domínio militar como no político.

Acrescenta o partido no Governo que o malogrado integrou o Corpo da Polícia Nacional, assumiu funções de chefe de Departamento em 1978 e foi nomeado comandante-geral da Polícia Nacional em 1982, período em que exerceu, igualmente, responsabilidades de dirigente no Grupo Desportivo Interclube.

Posteriormente, refere o MPLA, desempenhou as funções de vice-ministro do Interior, acumuladas com a chefia dos Serviços de Informação (SINFO), e foi Ministro do Interior entre 1999 e 2002. 

Entre 2002 e 2008, exerceu o cargo de Primeiro-Ministro da República de Angola, num período exigente da vida nacional, marcado pelos desafios da paz, da reconstrução e da consolidação institucional.

Com a entrada em vigor da Constituição da República, em 2010, foi designado Vice-Presidente da República, função desempenhada de Fevereiro de 2010 a Setembro de 2012. Exerceu, ainda, o cargo de Presidente da Assembleia Nacional em dois mandatos, de 2008 a 2010 e de 2012 a 2022, afirmando-se como uma figura de diálogo, equilíbrio e conciliação no Parlamento.

O Bureau Político do MPLA considera que Fernando da Piedade Dias dos Santos tinha, ainda, muito a dar ao país e defende a preservação do seu legado como homem de consensos, promotor da paz, da unidade nacional e do desenvolvimento de Angola.

“Neste momento de dor e luto, a direcção do MPLA inclina-se, com profundo respeito, perante a sua memória e rende justa homenagem ao seu inestimável contributo patriótico, endereçando à família enlutada, aos amigos e companheiros de luta as mais sentidas condolências”, lê-se na mesma nota.