INCÊNDIO NO MERCADO DO LUANDA SUL DEIXA QUATRO COMERCIANTES SEM RESPOSTAS HÁ MAIS DE TRÊS MESES- ADMINISTRADORA VIRA AS COSTAS

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Quatro cidadãos, proprietários de igual número de lojas situadas no interior do Mercado do Luanda Sul, no município de Viana, em Luanda, viram os seus estabelecimentos totalmente destruídos por um incêndio ocorrido na madrugada do dia 9 de Setembro do ano em curso. Até ao momento, as causas do sinistro permanecem desconhecidas e os lesados afirmam não ter recebido qualquer esclarecimento oficial das entidades competentes.

Segundo os comerciantes afectados, o incêndio terá ocorrido por volta das 4 horas, informação que lhes foi transmitida pelos seguranças do mercado. Os lesados contam que aguardam, há cerca de três meses, uma resposta da administração do mercado, do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB) e das autoridades ligadas ao comércio, tanto sobre a origem do incêndio como sobre eventuais apoios para a recuperação das lojas destruídas.

De acordo com os relatos, o fogo terá tido início na loja pertencente ao cidadão Carlos Jamba, dedicada à venda de peças automóveis. No entanto, o proprietário garante que nunca utilizou energia eléctrica no estabelecimento, o que, no seu entender, levanta dúvidas quanto à origem do incêndio. As outras lojas comercializavam telemóveis e material informático, tendo ficado totalmente consumidas pelas chamas, sem possibilidade de recuperação de qualquer bem.

No caso da loja de peças automóveis, o espaço permaneceu encerrado durante algum tempo após a intervenção dos bombeiros. O proprietário acusa ainda alguns seguranças do mercado de terem retirado materiais do interior da loja para uso pessoal, alegadamente transportados para as casas de pesagem.

Passados mais de três meses sobre o incidente, os comerciantes afirmam continuar sem qualquer informação por parte da administração do mercado ou das entidades do sector do comércio. Segundo os lesados, a administradora do mercado, identificada pelo nome de Carla, raramente se encontra na instituição e não atende os contactos telefónicos.

No respeito pelo princípio do contraditório, o Jornal Hora H contactou a administradora do Mercado do Luanda Sul para obter mais esclarecimentos sobre o assunto. No entanto, após mais de 24 horas de espera, a responsável não se pronunciou. A redacção contactou igualmente a Direcção do Comércio da Administração Municipal de Viana, que informou não dispor ainda de uma posição oficial, por não ter recebido, até ao momento, os dados da perícia realizada pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.

De igual modo, o Jornal Hora H tentou ouvir o responsável encarregue da perícia do caso, que recusou identificar-se, limitando-se a afirmar que os lesados ou o órgão de comunicação social deveriam dirigir-se ao Comando do SPCB para obter informações, alegando não estar autorizado a prestar declarações sobre o processo.

Indignados e cansados com o silêncio das autoridades, os comerciantes apelam a uma explicação clara e a medidas concretas que possam ajudá-los a recuperar parte dos prejuízos sofridos. A maior das lojas registou perdas avaliadas em mais de 14 milhões de kwanzas, tendo o incêndio ocorrido apenas um dia após a realização do inventário. As restantes lojas contabilizam prejuízos que variam entre 400 mil e mais de um milhão de kwanzas.

O Jornal Hora H garante que vai continuar a acompanhar de perto este caso, até que sejam prestados os devidos esclarecimentos e encontradas soluções para os lesados.

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