NOS EUA: PRESIDENTE DE ANGOLA E EM EXERCÍCIO DA UNIÃO AFRICANA DIRIGIU-SE AOS PARTICIPANTES NA CERIMÓNIA
Senhor Presidente Donald Trump,
Presidente dos Estados Unidos da América;
Caros convidados;
Altas entidades aqui presentes;
Senhores jornalistas;
Eu gostaria de realçar a importância desta cerimónia aqui, em Washington D.C., que vai finalmente pôr fim a um conflito que, como já foi dito, dura há mais de três décadas. Não são exactamente trinta anos, mas mais do que três décadas.
Um conflito entre irmãos, países vizinhos e irmãos, que se deviam dar bem, mas que, por razões de diversa ordem, têm vindo a se digladiar ao longo dos anos, com pesadas consequências, quer para as populações de ambos os países, quer também para as respectivas economias.
A Região dos Grandes Lagos é uma região das mais ricas do mundo, não apenas de África. É enormemente rica em recursos hídricos, terras aráveis, florestas, recursos minerais que estão no subsolo, mas sobretudo rica nas suas pessoas, com um potencial muito grande para desenvolver aquela região de África que pode catapultar o desenvolvimento de outras regiões, igualmente, do nosso continente.
O mundo atravessa hoje uma crise energética e alimentar. Nós estamos a dizer que África, e em particular essa Região dos Grandes Lagos, tem o potencial, não digo de resolver, mas de contribuir consideravelmente para a resolução destas duas grandes crises, quer alimentar quer energética, não apenas para o nosso continente, mas para o mundo.
A grande Barragem do Inga, adormecida há bastantes anos, pode contribuir enormemente para a electrificação do continente e, consequentemente, para a sua industrialização.

Em termos de agricultura, o facto de ter terras aráveis, com um índice de chuvas bastante regular e abundante, pode desenvolver-se a agricultura naquelas regiões para alimentar o continente.
E nada disso tem sido possível fazer-se, ao longo de décadas, devido a este conflito que não tem sentido e que, final e felizmente, parece que terá o seu fim hoje, aqui em Washington D.C.
Nós procurámos fazer a nossa parte. E quando digo nós, estou a referir-me a Angola, ao Quénia, e a outros países também africanos. Procurámos fazer o melhor para chegarmos a este momento.
Infelizmente não foi possível, mas nós só temos de agradecer ao Presidente Trump por ter dado continuidade ao trabalho que nós realizámos e ter conseguido alcançar esse desfecho do qual todos nós sairemos a ganhar.
Portanto, mais uma vez, o Presidente Trump fez a parte que lhe compete, e nós esperamos – e acreditamos que é o que vai acontecer -, que as duas partes, ou seja, as Autoridades da República Democrática do Congo e da República do Ruanda também farão a sua parte para a implementação com êxito deste acordo.
Uma coisa é assinar o acordo, outra coisa – que é mais difícil, mas é possível, desde que haja vontade política -, é implementar em tempo útil tudo aquilo que nós acordamos e assinamos.
Parabéns a todos, muito obrigado!”


