A recondução de Luísa Grilo ao cargo de Ministra da Educação Luísa Grilo, chamou a atenção do Presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), Francisco Teixeira, que entende que “a repescagem de Luísa Grilo vem mostrar a falta de interesse do governo em melhorar o sistema de educação e ensino no país”

ANNA COSTA

As declarações foram feitas numa entrevista cedida à rádio Despertar, onde o até então, número um do MEA, disse não esperar grandes coisas com o novo governo e entende que a recondução de Luísa Grilo é um recado para os estudantes e membros do MEA que segundo o mesmo vão precisar de muita força e coragem para lutarem para terem a escola que realmente almejam.

“Da parte das pessoas que conduzem a educação em Angola não há qualquer intenção de melhorar o número de crianças fora do sistema de ensino, de colocar carteiras nas escolas, giz, quadros, nós temos dificuldades muito básicas no sistema de ensino.

Teixeira acusa ainda a ministra da Educação, Luísa Grilo de contribuir para a privatização do ensino em Angola.

“Uma ministra que foge ao diálogo permanente, nunca está disponível para sentar e ouvir as pessoas, os que governam esse País entenderam que deve continuar… há uma intenção clara da elite política governante do MPLA em privatizar o ensino público, em retirar os pobres do ensino público para eles continuarem dentro dos seus colégios, dentro daquela Angola que eles próprios criaram, que só eles que têm o poder económico têm acesso” afirmou.

Para o responsável do MEA, “o sector da educação ainda precisa de muita coisa, até porque uma das promessas do próprio governo do João Lourenço era que em 2022/23 eles estariam a dar 20% no sector da educação e hoje estão a dar simplesmente 10%”.

“Esse governo vai continuar a manter o nosso ensino precário, onde já se viu em pleno século XXI, um país que tem mais de 47 anos de independência e 20 anos de paz, ainda há crianças a sentarem no chão, levarem lata na escola e passar o dia das 7 às 12 horas sem comer, é porque estamos diante de um governo tirano, um governo irresponsável, um governo que quer simplesmente humilhar e pisar os mais pobres” concluiu Francisco Teixeira.