Vivemos numa sociedade onde muitas mulheres ainda sofrem caladas. A violência doméstica, apesar de ser crime, continua a ser escondida atrás das portas fechadas de muitos lares. Por quê? Porque o medo ainda é maior que a esperança. Medo de não serem ouvidas, medo de não serem protegidas, medo de serem julgadas, rejeitadas ou até mortas.

Muitas vezes, essas mulheres não denunciam por dependência emocional, financeira ou social. Outras, porque acreditam que ninguém vai acreditar nelas ou pior, porque já tentaram e foram ignoradas. A dor que carregam não é apenas física, é também psicológica e silenciosa.

O que muitas dessas mulheres não sabem é que quanto mais tempo aguentarem em silêncio, com medo do julgamento da sociedade ou das consequências, mais colocam suas vidas em risco. E mais: influenciam, mesmo sem querer, outras mulheres a fazerem o mesmo a aceitar a violência como algo normal ou suportável. Isso não pode continuar.Denunciar não é fácil. É um ato de coragem. Mas para que a coragem vença o medo, a sociedade precisa garantir proteção real, justiça rápida, apoio psicológico, independência financeira e, principalmente, empatia.

Denunciar é um ato de fé, de amor-próprio, de proteção pela vida e de amor às pessoas que te rodeiam. Denunciar não te torna má. Te torna humana.

Fernanda Luzembia

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