Vivemos em uma sociedade cada vez mais exposta, onde as redes sociais, a música e a cultura popular têm influenciado diretamente o comportamento das novas gerações. Infelizmente, muitas vezes essa influência resulta em algo grave: a sexualização precoce de crianças e adolescentes. E, enquanto a justiça pune os abusadores, pouco se fala sobre a responsabilidade dos adultos que permitem ou até incentivam esse comportamento.

Recentemente, vi meninas dançando em frente a um bar, vestidas de forma inapropriada para a idade, sendo aplaudidas por adultos. Homens bebendo, usando drogas, e ninguém ali parecia perceber o risco  ou talvez fingissem não ver. Situações como essa não são exceções, são retratos de uma realidade ignorada.

Muitos pais, depois, aparecem clamando por justiça quando algo trágico acontece, mas onde estavam quando suas filhas estavam sendo expostas? Quando foram incentivadas a dançar de forma sensual, a se vestir como adultas, a agir como mulheres feitas sem ainda entenderem o que isso significa?A criança não pode consentir. A culpa nunca é dela. A responsabilidade é dos pais, da família, da comunidade e de toda autoridade que deveria protegê-las Não basta punir o abusador, é preciso olhar para o sistema que torna isso possível.

Se queremos de fato combater o abuso infantil e a pedofilia, devemos começar onde tudo se inicia: em casa, na educação, nos limites, na vigilância e no cuidado. Precisamos falar menos sobre a curiosidade da criança e mais sobre a negligência dos adultos.

Esse tema não é apenas um debate moral é uma urgência social. E enquanto silenciarmos sobre isso, seremos todos cúmplices do que acontece.

Devemos ter coragem de discutir isso abertamente. Não é ser exagerado. É ter consciência social. E mais do que isso: é amar verdadeiramente as crianças e querer protegê-las. Porque enquanto continuarmos olhando só para a consequência, e não para a origem, esse ciclo não vai parar.

Infelizmente, a sociedade aplaude o errado e condena o silêncio. Mas eu escolho falar. Porque proteger uma criança começa com a coragem de dizer o que muitos evitam. Ser voz nessa nação é também lutar por quem ainda não tem voz  e as crianças precisam de nós agora mais do que nunca.

Fernanda luzembia

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