CASO KOPELIPA: JURISTA MABANZA KAMBACA QUESTIONA SUMIÇO DE PROVAS E NEGA HIPÓTESE DE ATAQUE DE HACKERS

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Recentemente o  Ministério Público (MP) assegurou que não conseguiu encontrar provas documentais que comprovassem o envolvimento do general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, nos crimes de peculato e outros, pelo facto de os documentos terem desaparecido ao longo do tempo em várias instituições, após vários ataques de hackers.

ANGELINO CAHANGO

Reagindo sobre o assunto o jurista e analista da TV Hora H, Mabanza Kambaka, diz não acreditar no sumiço do processo por alegados ataques de  hackers por considerar que o sistema judicial em Angola ainda não é informatizado, o que inviabilizaria esse tipo de ataque.

“Nós ainda não temos sistema informatizado, os nossos processos são mesmo físicos e as provas são juntadas em papel. Quando se juntam documentos, faz-se uma cozedura com fios e os processos ficam intactos”, explicou.

Para  o também escritor, a única hipótese de desaparecimento de provas seria o acesso indevido ao processo físico por alguém interno. Ainda assim, ele esclarece que o pedido de absolvição do general Kopelipa, feito pelo MP em seis dos sete crimes pelos quais era acusado, não está diretamente ligado ao suposto desaparecimento de provas.

“O pedido do Ministério Público para absolver o general Kopelipa em seis crimes é por conta da insuficiência de provas, tanto por parte da acusação como nos autos”, frisou.

O processo, de número 38/2022, está a ser julgado no Tribunal Supremo e envolve ainda o general Leopoldino Fragoso do Nascimento, conhecido como “Dino”. Os dois são acusados de participação em alegados esquemas envolvendo o Estado angolano e o grupo China International Fund (CIF), no âmbito de projetos de reconstrução nacional financiados pela China.

O Tribunal Supremo marcou as datas de 20 e 27 de outubro para a leitura dos quesitos e do acórdão, respetivamente.

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