CORRUPTOS NO PALÁCIO DE JOÃO LOURENÇO: EMPRESÁRIO OSCAR TITO CARDOSO FERNANDES ACUSADO DE SUBORNO E INTIMIDAÇÕES

Óscar Tito Cardoso Fernandes, apontado como um dos homens mais influentes da construção civil em Angola, tem protagonizado nas últimas semanas um confronto com o Imparcial Press, após a publicação, em Janeiro deste ano, de uma reportagem intitulada “Óscar Tito Cardoso Fernandes: o barão da construção civil em Angola.
O empresário ameaça levar o jornal a tribunal pela divulgação da matéria, mas ao mesmo tempo tentou subornar a direcção com uma oferta de mil dólares, feita por intermédio de um representante que utilizou um número de telefone registado no Paquistão.
De acordo com a direcção do Imparcial Press, liderada por Luís Moniz, a proposta foi prontamente recusada. O empresário foi aconselhado a exercer o direito de resposta previsto na Lei de Imprensa, embora o prazo legal para tal já tivesse expirado há sete meses.
Não satisfeito, Óscar Tito voltou a insistir, enviando esta quarta-feira, 1 de Outubro, novos e-mails com ameaças à redacção, exigindo a remoção do artigo.
Face à escalada das intimidações, a direcção do jornal declara-se preparada para enfrentar o empresário em tribunal e avalia a abertura de um processo- crime contra Óscar Tito Cardoso Fernandes por assédio moral e tentativa de corrupção.
A reportagem alvo da contestação recordava a ascensão de scar Tito como “barão da construção civil”, beneficiário de contratos milionários do Estado, nomeadamente através da empresa Engevia, responsável por obras de reabilitação de estradas no Uíge e no Bié, avaliadas em mais de 20,8 mil milhões de kwanzas.
O texto também destacava as ligações políticas e empresariais do empresário, particularmente com Edeltrudes Costa, ministro de Estado e director do Gabinete do Presidente João Lourenço, e com o ex-director do INEA, Joaquim Sebastião.
Além da construção civil, Óscar Tito é apontado como gestor de uma rede de empresas que operam nos sectores da mineração, engenharia e investimentos, muitas vezes associadas a negócios de opacidade e suspeitas de favorecimento.
SILÊNCIO DAS AUTORIDADES
Apesar das denúncias públicas e investigações jornalísticas, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Inspecção-Geral da Administração do Estado (IGAE) nunca confirmaram a abertura de processos contra o empresário, descrito por várias fontes como “intocável” devido ao manto de protecção política de que goza.
O Imparcial Press reafirma o seu compromisso com a liberdade de imprensa e a independência editorial, sublinhando que não cederá a pressões externas nem a tentativas de censura.