EM CABINDA: MARA QUIOSA PROMETE GESTÃO DE PROXIMIDADE
A nova governadora da província angolana de Cabinda, Mara Quiosa, prometeu hoje “maior comprometimento, mais proximidade e valorização dos recursos humanos” locais, sobretudo atenção especial com a juventude, procurando responder às aspirações do povo.
“Entendemos que Cabinda é uma província com muitos desafios, naturalmente à semelhança de outras. O que nós queremos agora é de termos uma governação cada vez mais de proximidade, cada vez mais participativa”, afirmou a governante, em Luanda.
Em declarações aos jornalistas no Palácio Presidencial, onde foi empossada ao cargo pelo Presidente angolano, João Lourenço, a governadora prometeu seguir a política do poder central para a província.
A “nossa perspectiva é de continuidade, continuarmos a trabalhar com os projectos já iniciados a nível da província de Cabinda, temos projectos estruturantes para aquela província, sem desprimor para a continuação da implementação do PIIM (Plano Integrado de Intervenção nos Municípios)”, frisou.
“Vamos trabalhar com todos e todas. Na nossa província fala-se muito da questão dos seus recursos naturais, mas é preciso fazermos também um grande investimento em torno de um outro grande recurso que consideramos essenciais que são os recursos humanos”, explicou a governadora.
Mara Quiosa foi nomeada na passada sexta-feira como nova governadora da província de Cabinda, enclave do norte de Angola, em substituição de Marcos Alexandre Nhunga, no âmbito da composição do novo governo, após as eleições de 24 de agosto.
Hoje, à saída do Palácio Presidencial, prometeu maior comunicação e proximidade: “É preciso comunicarmos bem, porque, de facto, sentimos que, às vezes, o que nos falta é de facto esta aproximação”.
“O nosso executivo está com grandes projectos, estamos com muitas realizações a nível da província e é importante que as nossas populações saibam o que está a acontecer e acompanhem todo esse crescimento que a província tem estado a verificar”, realçou.
Por outro lado, “uma atenção especial será dada à nossa juventude, aos jovens da província, naquilo que à empregabilidade diz respeito e também no âmbito da promoção contínua da habitação para os nossos jovens”, apontou.
Nas eleições de 24 de agosto, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido da oposição) elegeu quatro deputados naquele círculo provincial, um resultado histórico, contra apenas um deputado do MPLA, no poder.
Questionada se os resultados eleitorais deverão implicar uma dinâmica redobrada para a província, a governadora respondeu que “é preciso comprometimento com o trabalho”.
“É preciso perceber quais são as grandes aspirações do povo de Cabinda e nós vamos trabalhar nesse sentido. É possível sim mudar o quadro, o que temos que fazer é trabalhar mais, estarmos mais envolvidos e estarmos cada vez mais próximos das nossas populações”, respondeu à Lusa.
Para, dessa forma, “podermos identificarmos as suas grandes preocupações e com elas podermos melhorar e corrigir cada vez mais a nossa actuação”, concluiu Mara Quiosa, que na legislatura cessante governou a província do Bengo.
A Frente para a Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC) mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando que o enclave era um protectorado português – tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 – e não parte integrante do território angolano.
O Governo angolano recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de acções de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte de Angola, sublinhando sempre a unidade do território.
João Lourenço conferiu hoje posse aos 18 governadores das províncias angolanas, aos ministros de Estado, ministros e pessoal do seu gabinete tendo em vista a nova legislatura 2022-2027.
Entre os governadores empossados e reconduzidos ao cargo está Archer Mangueira, que voltou a ser aposta para a província do Namibe, tendo prometido fazer mais e melhor pela vida das pessoas em concreto”.
“Prioridades são aquelas que já estão definidas no programa do Governo e referidas hoje pelo Presidente da República, dar continuidade aos programas que estão inscritos no PIIM e essencialmente fazer acções que resolvam os problemas das pessoas”, disse aos jornalistas.