LÍDER DO INAR DESTACA AS IGREJAS COMO PARCEIRAS NOS MOMENTOS DECISIVOS DOS 50 ANOS DE INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA

A presença das igrejas e das confissões religiosas foi considerada determinante nos principais momentos da história de Angola ao longo dos 50 anos de independência. A afirmação foi feita, nesta terça-feira, 16, pelo director-geral do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), Osvaldo da Paixão Graça Mendes, durante a abertura da mesa-redonda com entidades eclesiásticas, promovida pelo MOVANGOL no âmbito das celebrações do cinquentenário da independência.
ANNA COSTA
O contributo da igreja no processo do nacionalismo angolano para a independência e preservação da paz rumo ao desenvolvimento sustentável; a revitalização da igreja e a tranquilidade de espírito; e o papel das lideranças eclesiásticas na harmonização das famílias angolanas foram os três temas que nortearam o encontro, que teve como prelectores Tiago Mutumbo, reitor da Universidade Metodista de Angola (UMA), Vladimir Agostinho, secretário-geral do Conselho de Igrejas Cristãs de Angola (CICA), e Antunes Huambo, representante legal da Igreja de Comunhão Cristã de Angola (ICCA), respectivamente.
Os temas, de acordo com a organização, refletem as preocupações centrais da sociedade, uma vez que “o nacionalismo angolano, que resultou na conquista da independência, não foi apenas um acto político e militar, mas também espiritual e cultural”, ressaltou o líder do INAR, acrescentando que a igreja esteve presente cultivando a consciência da dignidade humana.

“É a necessidade de auto-regulação da família angolana, a base da nossa sociedade, que necessita hoje, mais do que nunca, de harmonia, protecção e valores sólidos”, disse.
Osvaldo Mendes destacou os inúmeros desafios que Angola enfrentou ao longo do meio século de soberania, tais como a luta pela afirmação da independência, os períodos de conflito, os esforços de reconciliação nacional e a busca pela consolidação da paz e do desenvolvimento sustentável. Em todos esses momentos, considerados decisivos, a presença das igrejas e das confissões religiosas foi determinante: a fé foi, muitas vezes, o refúgio espiritual do povo nos momentos de dor.
“A palavra dos líderes religiosos constituiu o bálsamo quando a incerteza reinava e, sobretudo, foi no seio das instituições religiosas que se transmitiram os valores da solidariedade, do perdão, da tolerância e do amor ao próximo, valores sem os quais a reconciliação e a paz não teriam sido possíveis”, disse.
Em nome do INAR e do Ministério da Cultura, Osvaldo Mendes reafirmou a inteira disponibilidade para continuar a cooperar com todas as confissões religiosas, no respeito mútuo, na harmonia social e na valorização das espiritualidades como força motriz para o desenvolvimento humano e nacional.
“Este cinquentenário da nossa independência não é apenas um ponto de chegada, é também um ponto de partida: o convite a todos nós para reflectirmos sobre o país e reconhecermos os nossos heróis. É sobre o país que queremos legar às gerações vindouras.”