GOVERNADORA DA LUNDA NORTE DE “BOCA FECHADA” QUANTO A MÁ GESTÃO DA ESCOLA PEDAGÓGICA
A Escola Pedagógica da Lunda Norte, conhecida como Escola Pedagógica do Dundo, tem sido alvo de severas críticas e denúncias referentes aos esquemas de corrupção, nepotismo e abuso de poder, ao longo dos últimos anos. Contudo, apesar das denúncias públicas, a dirigente número um da província, Filomena Miza, mantém-se de “boca fechada, olhos vendados e ouvidos tapados” e deixa que tudo acontece como se nenhum mal ocorresse naquela instituição, denunciou nesta terça-feira, António Chibuabua Martins ao Jornal Hora H.
ANA MENDES
Segundo António Chibuabua 2024, formalizou uma denúncia junto à Inspeção Geral de Administração do Estado (IGAE) e ao Serviço de Investigação Criminal, nas suas delegações provinciais. Porém, apesar de apresentar provas documentadas, informações e ilustrações, a única acção tomada por essas instituições foi deixar recomendações ao Director Geral da Escola.
Chibuabua explica que, desde então, a gestão da Escola Pedagógica tem se mostrado ineficaz e prejudicial. “É evidente que os gritos de socorro dos estudantes, funcionários e da população em geral ecoam por toda a cidade do Dundo. A instituição, que deveria ser um patrimônio do estado, parece ter se tornado numa propriedade privada, o que é lamentável e revoltante ao mesmo tempo”, lamentou.
A população da Lunda Norte não apenas está preocupada com a gestão desastrosa dessa instituição, mas também com o silêncio da governadora da Lunda Norte e do reitor da Universidade Lueji A’nkonde, Alfredo Armando Manuel.
“Sendo as autoridades máximas da Província, esperava-se que tomassem uma posição sobre essa situação alarmante”, disse António.
Com indiferença das duas entidades, nos arredores da província, há quem as acusa de coniventes, uma vez que é incompreensível que, diante de um cenário tão crítico, como de corrupção, nepotismo e abuso de poder, nem a governadora e nem o reitor têm se preocupado com a situação, de modo a buscar soluções que põem fim a pecaminosa gestão.
“Será que, de alguma forma, a governadora e o reitor costumam a se beneficiar dessa gestão danosa? A resposta parece clara. Se não estivessem, a instituição não estaria nesta situação deplorável”, reflecte António Chibuabua.
“A população está cansada de formalizar denúncias e fazer críticas, pelo que, pedimos desta vez, ao ministro do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação que intervenha e promova uma verdadeira mudança na gestão do Ensino Superior na Lunda Norte. É imprescindível que tome medidas efectivas e não permaneça em silêncio, como as autoridades locais. O silêncio diante de tais situações é destrutivo e compromete não apenas a reputação da instituição, mas também o futuro de muitos estudantes”, apelou a quem pode, igualmente, pôr fim aos tantos anos de agonia.
Recordar que, no ano passado, os estudantes finalistas da Faculdade de Direito da Universidade Lueji A’nkonde formalizaram uma denúncia à PGR, IGAE, Governo Provincial da Lunda Norte e ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, sobre a existência de uma suposta rede mafiosa na instituição na entrega dos certificados, que estava sob a liderança do secretário da Secretaria para Assuntos Académicos, Já Muazambi e do próprio reitor Alfredo Armando Manuel.
Contam que, na altura, depois de muita pressão exercida sobre o Já Muazambi, este acabou por revelar que os certificados só não saíam porque o reitor Alfredo Manuel teria desviado o dinheiro destinado para aquisição das cédulas para emissão dos certificados.
O Jornal Hora H, contactou por via telefônica a Governadora provincial da Lunda Norte, mas sem sucesso.


