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O FEITO DA SELECÇÃO DE BASQUETEBOL DE ANGOLA – A ESTÉTICA DA VICTÓRIA E O CHAMADO À UNIDADE NACIONAL- KAMALATA NUMA

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A victória da Selecção Nacional de Basquetebol não é apenas um triunfo desportivo: é um gesto de beleza patriótica que floresce em meio à dor de um povo injustiçado. É o grito de esperança que atravessa as arquibancadas e chega às aldeias esquecidas, às cidades empobrecidas, aos corações endurecidos pela violência, pela corrupção e pelas mãos sujas que transformaram o bem comum em propriedade privada de poucos.

Estes jovens guerreiros, que vestem as cores da pátria não como ornamento mas como compromisso, deram uma bofetada sem mão à desumanização programada que pesa sobre Angola há décadas. Eles, filhos da mesma terra ferida, carregam nos ombros o peso do nosso destino colectivo, e no entanto, souberam sorrir e lutar, revelando que a beleza não está apenas na victória em si, mas na dignidade de lutar pelo que nos une.

A victória contra uma selecção de um país irmão, também marcado pelo jugo da ditadura, mostra que a força africana não se limita às fronteiras artificiais herdadas do colonialismo. Mostra que cada salto, cada passe, cada arremesso pode se tornar metáfora de uma luta maior: a luta pela liberdade política, pela justiça social, pelo direito de cada cidadão a sonhar.

Sim, o basquetebol angolano tornou-se, neste instante, mais do que desporto: tornou-se linguagem filosófica da resistência. Tornou-se arte política de um povo que, mesmo esmagado pelas estruturas autocráticas do regime, encontra na quadra um reflexo da possibilidade de reconstruir a pátria em bases novas.

Que essa victória não seja roubada, manipulada ou instrumentalizada contra o povo. Que ela seja lição e sinal. Pois a beleza do gesto colectivo, da victória conquistada com suor e disciplina, é a mesma beleza que pode um dia acordar Angola para o seu verdadeiro destino: ser uma nação unida, inclusiva e justa para todos os seus filhos.

A bola que atravessou o aro adversário é a metáfora do futuro que deve atravessar o bloqueio da injustiça. O jogo é apenas o prenúncio do grande campeonato histórico: a libertação definitiva da pátria.

Eis a estética da victória: um chamado à unidade, à coragem e ao despertar de uma consciência nacional que não se deixa aprisionar.

OBRIGADO!

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