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COMISSÁRIOS MUNICIPAIS DA CNE TRABALHAM UM DIA POR MÊS E GANHAM MAIS DE 360 MIL KWANZAS, DIZ PRESIDENTE DO PARTIDO LIBERAL LUÍS CASTRO

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O presidente do Partido Liberal (PL), Luís de Castro, criticou esta semana, em Benguela, o funcionamento da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), e afirmou que os comissários municipais apenas trabalham um dia por mês e recebem um salário de 360 mil kwanzas, equivalente ao de um professor diplomado.

ANNA COSTA

Segundo o político, esta situação reflete o que classifica de “Estado profundo” e de órgãos “parasitários” que, em vez de servirem a nação, acabam por consumir recursos públicos sem resultados visíveis. “Um professor que trabalha todos os dias no Cambuengo, numa zona longínqua, ganha o mesmo que um comissário da CNE que só trabalha uma vez no mês. Isso é um insulto àqueles que efectivamente servem o país”, afirmou.

Luís de Castro defendeu a necessidade de uma “despartidarização” da CNE, alegando que a instituição tem servido como espaço de acomodação para militantes que não conseguem assentos no Parlamento.
“Os partidos políticos não querem fazer esse debate porque a CNE funciona como continuidade dos tachos. Militantes que não vão ao Parlamento acabam acomodados na CNE”, disse.

Para o líder  do Liberal, o problema não está apenas na figura de Manuel Pereira da Silva “Manico”, presidente da CNE, mas sim na dependência estrutural da instituição em relação ao MPLA e no seu entender  mesmo que o MPLA substitua o Manico, colocará outro juiz com o mesmo comportamento. “ O que precisamos discutir é a partidarização da CNE”, acrescentou.

Durante o encontro com jovens, Luís de Castro também criticou os partidos tradicionais, MPLA e UNITA, ao afirmar que os debates parlamentares entre ambos se limitam a trocas de acusações históricas, em vez de abordarem os problemas concretos do país.
“Os partidos discutem quem mais usurpou o erário ou quem começou a guerra, quando temos questões prementes como a fome e as vias de acesso que precisam ser debatidas e resolvidas agora, sem esperar pela alternância política”, disse.

Questionado sobre por que não se junta à UNITA para “derrubar o MPLA”, respondeu que o Partido Liberal tem autonomia e não pode ser rotulado como “oposição da oposição”. “Nós também somos oposição e entendemos que a actividade política é civilizadora, sacerdotal e missionária. A nossa missão é estar ao lado do povo”, frisou.

Luís de Castro apelou ainda para que os cidadãos coloquem o país acima das cores partidárias, para ele qualquer cidadão do bem, o primeiro partido político deve ser Angola. “Temos de desparasitar as consciências e debater ideias, não pessoas”, concluiu.

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