POLÍCIA NACIONAL TENTA TRAVAR CONFERÊNCIA DE IMPRENSA DOS PROMOTORES DA MANIFESTAÇÃO CONTRA SUBIDA DOS COMBUSTÍVEIS

A Polícia Nacional (PN) de Angola volta, mais uma, esta sexta-feira, em Luanda, a praticar acções antidemocráticas contra os ativistas promotores da manifestação marcada para o dia 12 de Julho, no sábado, ao tentar inviabilizar a conferência de imprensa destes.
NDOMBI ZADIMENGA
A manifestação visa reivindicar o aumento da subida do preço do combustível e, consequentemente, o aumento do preço da corrida de táxi, que saiu de 200kz para 300kz.
Por orientações superiores, os agentes da PN presentes no local pretendiam boicotar a atividade, proibindo, entre tantas coisas, aos activistas que hasteassem o cartaz que consta os pontos cruciais da manifestação, o que fez, de imediato, os implicados abrirem as lives nas redes sociais de determinadas pessoas que aí estavam para denunciarem ao país e ao mundo inteiro a Polícia ditatorial que Angola tem. Só desse jeito houve um abrandar nas atitudes dos agentes, que, mesmo assim, se mantiveram no recinto até ao fim actividade, num jeito claro de manter pressionados os promotores.
Contudo, não faltaram reacções por parte dos activistas, tendo Tanaice Neutro, um deles e ex-preso político, lembrando-lhes que a manifestação era por uma causa justa, em que envolve também a melhoria da condição de vida do próprio polícia que luta a favor do opressor ao invés de pautar por postura mais republicana e menos antidemocrática.
Os promotores da manifestação foram avisados pela PN que a marcha não pode ocorrer nos sítios determinados, que vai do São Paulo à Assembleia Nacional, sob pena de serem retaliados durante o acto e presos depois do acto. Ainda assim, não houve recuo por parte dos activistas, pois, munem-se da lei para justificar que, num país democrático como Angola, não precisam da autorização da Polícia para manifestar em locais públicos, o que se precisa é o asseguramento dela.
Entretanto, sem alterações, a manifestação contra a subida do preço do combustível está agendada para o dia 12 do mês em curso, no sábado, pelas 11h, com início da marcha prevista no São Paulo até ao Parlamento nacional.