EVALDO EVANGELISTA DESAFIA JOÃO LOURENÇO A APONTAR PROJECTOS SUSTENTÁVEIS SABOTADOS PELA UNITA

O Secretário Nacional para a Comunicação e Marketing da UNITA, classificou como “infelizes” as afirmações do Presidente da República João Lourenço, ao reagiu às recentes declarações do líder durante uma entrevista à TPA, nas quais o Chefe de Estado acusou o maior partido na oposição de sabotar iniciativas do Executivo. Evaldo Evangelista lançou um desafio directo: “Gostaríamos que o Presidente da República apontasse, com clareza, um único projecto sustentável do seu governo que tenha sido sabotado pela UNITA”
ANNA COSTA
Em entrevista exclusiva ao Jornal Hora H, Evaldo considera a acusação de sabotagem “ vazia e politicamente irresponsável”.
“Estamos perante interpretações sem conteúdo, declarações que não se sustentam em factos. Não há absolutamente nenhum projecto sabotado. O que tem acontecido é que a Unita não pode permitir que os pacotes legislativo da alteração da lei eleitoral, que sabemos que fere e mina aquilo que é a transparência eleitoral do pais, se passem na Assembleia e nós ficamos de braços cruzados, isso não se pode permitir, então se isso é sabotar aquilo que é o plano do governo eu gostar aqui de chamar atenção ao senhor Presidente da Republica que estes não são projectos sustentáveis”, frisou.
O dirigente da UNITA sublinha ainda a confusão entre os papéis institucionais e partidários do Presidente João Lourenço, considerando que este tem dificuldades em distinguir onde agir como Chefe de Estado e onde agir como presidente do partido.
“Vemos um Presidente que continua a agir como líder do MPLA, e não como Presidente da República. Quando trata de assuntos de interesse nacional, adopta uma abordagem partidária, o que é extremamente grave”, disse.
Evangelista aproveitou a ocasião para reiterar críticas à governação de João Lourenço, acusando-o de não demonstrar compromisso com o desenvolvimento do país. “Não vemos sinais concretos de que queira desenvolver Angola. Pelo contrário, tudo indica que está apenas interessado em expandir o poder do Estado, como prova a nova divisão político-administrativa, enquanto as autarquias continuam adiadas”, criticou.
O porta-voz da UNITA, concluiu que o Presidente da República deve maior sensibilidade e responsabilidade na abordagem dos problemas reais do país. Apegando-se a uma “metáfora política” usada pelo presidente na província do Moxico.
“No Moxico, fomos promovidos a patrões do Presidente. E como patrões, exigimos mais responsabilidade quando tratar de questões ligadas ao nosso interesse, porque, enquanto patrões do presidente, somos nós que sentimos na pele o sofrimento e a das famílias que ainda comem nos contentores, sentimos na pele ao ver um país cada vez perigoso de se viver em termo económica e com esses pronunciamentos que nada ajuda na reconciliação nacional nem na pacificação dos espíritos e coração, só diminui a esperança do povo num país melhor. Isso é perigoso”, alertou.