ANGOLA PRÓXIMA DE ATINGIR SEGURANÇA ALIMENTAR – JOÃO LOURENÇO

Angola atingirá a segurança alimentar a curto e médio prazo, tendo em conta o aumento da produção nacional, anunciou esta quarta-feira, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço.
Em declarações à imprensa depois de ter inaugurado a Fábrica de Óleos Alimentares – Refitec, com capacidade para embalar um milhão de litros por dia, adiantou que as informações disponíveis, não apenas de documentos, de reuniões, a nível do Executivo, como da própria constatação “in loco”, em termos de produção agrícola, o país está a crescer.
Portanto, disse, Angola está bem, ainda tem muito o que fazer, mas está bem, precisa é de aumentar a quantidade do que se produz e melhorar também a qualidade do produto.
E como exemplo, esclareceu que o país deixou de importar vários produtos do campo, com destaque para cebola e batata.
“Eu ainda sou do tempo em que, quando me metia na estrada, aí pelo interior, cruzávamos-nos com caravanas bastante extensas de caminhões que traziam batata e cebola importada dos países vizinhos, da Namíbia e da África do Sul. Eram caravanas bastante extensas, repito, que traziam produtos tão básicos quanto a cebola e a batata”, destacou.
Clarificou que agora são produtos produzidos em Angola, no interior, que vêm para os grandes mercados, sobretudo para os de Luanda, com maior número de consumidores.
Sobre o apoio aos agentes económicos, João Lourenço esclareceu que o Executivo vai continuar a estimular, mas não significa que tenha que ser o governo a fazer investimento público a favor do privado.
Informou que os empresários têm de recorrer à banca para adquirir as carrinhas, os caminhões, enfim, as instalações, os armazéns para onde vai aprovisionar os produtos adquiridos no campo antes de os vender nas grandes superfícies e outros sacrifícios comerciais.
PROJECTO
Sobre o projecto inaugurado, considerou-o bom, “…. o país está no caminho certo, no caminho que vai conduzir à segurança alimentar, e hoje não só produzimos, como começamos a transformar os produtos do campo”.
Apesar de ainda se estar a importar o óleo bruto e só estar a refinar, avançou que a unidade fabril está preparada para que os camponeses, os agricultores passem a fornecer, a abastecer a unidade com produtos para transformá-los em óleo refinado, pronto para o consumo humano.
Questionado sobre as expectativas de baixa dos preços do óleo alimentar no mercado nacional, o Presidente da República respondeu que “quanto maior for a oferta, quanto maior for a diferença entre a oferta e a procura, tanto a favor da oferta, tendencialmente os preços baixam”.
Afecta ao Grupo Naval, a unidade fabril situa-se na zona da Boavista, junto ao Porto de Luanda, instalada numa área de 89 mil metros quadrados.
A nova unidade industrial tem capacidade para refinar e processar por dia 500 toneladas de óleo de palma, soja, girassol e outras gorduras vegetais, com objectivo de se posicionar como uma referência de óleos alimentares em Angola.
O projecto foi implementado a 700 metros do Porto de Luanda, num local utilizado para o desenvolvimento de actividades industriais durante o período colonial.
A fábrica, que permitiu criar 850 empregos directos, começou a ser construída em 2023, sendo que a produção arrancou em finais no ano transacto. ART/VIC