Uma avaliação interna do MPLA concluiu que a recente Nova Divisão Política Administrativa (NDPA) na província de Luanda enfraqueceu o partido na capital do país. Esta constatação é corroborada pelo recente processo de nomeação de novos administradores municipais, onde se observou uma preponderância de quadros provenientes do Governo Provincial de Luanda (GPL).

De acordo com a avaliação, apenas os antigos primeiros secretários municipais do MPLA nos municípios de Luanda, Viana e Belas foram nomeados como administradores. Os restantes cargos, incluindo os das novas comunas, foram preenchidos por quadros do GPL.

Altos dirigentes do MPLA expressaram preocupação com o que consideram ser uma “tomada de assalto” do partido por parte dos novos administradores oriundos do GPL, em detrimento dos antigos primeiros secretários municipais. “Estes administradores nunca militaram efetivamente no partido e nem são membros de nenhum órgão superior”, afirma um relatório independente enviado ao Club-K.

A nomeação destes administradores, considerados sem experiência ou vinculação partidária, implica a sua integração obrigatória no Comité Provincial do Partido e na Comissão Executiva, marginalizando aqueles que “realmente militam”. A operação é atribuída a sugestões do antigo governador de Luanda e atual Ministro do Interior, Manuel Homem, com o objetivo de “criar problemas para Luís Nunes no partido”, segundo fontes partidárias.