O idealista e co-fundador do Partido de Renovação Social (PRS), Sapalo António, anunciou, esta terça-feira, 18, em conferência de imprensa, a retirada em definitivo dos renovadores sociais devido às “circunstâncias contextuais e estruturais” no seio do partido.

REDACÇÃO JORNAL HORA H

Sem muito adiantar sobre quais são essas “circunstâncias contextuais e estruturais” aos jornalistas, o ex-deputado e líder da bancada parlamentar do PRS, reiterou que “nem toda a conversa de casa é para revelar”, por isso, “em momento oportuno saberão das reais causas” do afastamento da formação política onde esteve 34 anos.

Não é segredo que Sapalo António, mesmo sendo um dos fundadores do Partido da Renovação Social, esteve, desde muito tempo, em litígio com a direcção do próprio partido. O episódio mais recente foi quando, em 2024, tentou concorrer à presidência dos renovadores, contudo, obstruído por alegada inelegibilidade dada a “indisciplina partidária”.

“Não foi uma decisão fácil, mas racionalmente necessário. As circunstâncias contextuais e estruturais induziram-me a essa decisão. A cessação da minha militância no PRS não pode ser entendida como o fim da minha carreira política”, disse.

Motivado pela crise interna que assola o PRS, o político aproveitou a ocasião para anunciar o seu novo projecto político, com intenção de o transformar partido, denominado PVED – Partido pela Verdade e Estabilidade para o Desenvolvimento, assente “na recuperação, construção e manutenção dos nobres valores de convivência humana que, culturalmente, sempre caracterizaram os angolanos. Politicamente, seremos uma força de equilíbrio, procurando sempre entendimentos para soluções estabilizadora”, explicou sobre o projecto político.

Sapalo António referiu que o processo para a legalização da sua mais recente formação política já corre trâmites no Tribunal Constitucional desde 07 de Janeiro deste ano. Adiantou que o partido estará de braços abertos para trabalhar com todos, inclusive com o próprio PRS.

“O mundo não desenvolve de modo fechado. Vamos trabalhar com todas as forças políticas e partidárias. Será um partido de Centro”, afirmou.

“Por Angola, para os necessários desafios de estabilidade e desenvolvimento do nosso país, os angolanos podem contar com PVED (Partido pela Verdade e Estabilidade para o Desenvolvimento). É uma força política à medida da vontade dos cidadãos e da necessidade do país”, sublinhou.