REABILITAÇÃO DO HOSPITAL MUNICIPAL DE CAMBAMBE JÁ LEVA 10 ANOS
A reabilitação do Hospital Municipal de Cambambe já dura há 10 anos desde o arranque das obras, isto em 2014.
REDACÇÃO JORNAL HORA H
No âmbito da modernização das estruturas e serviços dos hospitais públicos, pelo clamor da população, o governo abraçou a reabilitação da principal unidade sanitária de Cambambe, na expectativa de a concluir no prazo não tão longe de dois anos,. Porém, o prazo e nele nada de significativo se fez.
Dado a morosidade, algumas vozes se levantaram, exigindo por esclarecimentos, mas, à maneira, foram ignoradas.
Nesse ínterim, cinco, contando com o actual, governadores já passaram por Cuanza Norte e três administradores por Cambambe, apesar de diferentes, valiam-se do mesmo discurso embelezado, ressaltando a promessa de dar um hospital condigno aos munícipes, o que, actualmente, nota-se que não passaram de meras teorias sem alguma repercussão prática, pois, os prazos foram sempre vencidos.
Contudo, alguma coisa se fez. Reabilitou-se as paredes, melhorou-se a pintura, novas portas e janelas, chão e o teto melhorados. Exteriormente, indica que, quanto aos aspectos estruturais, a instituição está finalizada. Engana-se quem assim pensar, pois, no interior ainda há partes que não foram sequer tocadas. Todavia, o mais grave ou pelo menos a má notícia, para quem acha que dentro de poucos meses o hospital estará pronto, é que a vice-governadora da província para sector político, social e económico, Constantina Pereira Furtado Machado, reprovou a obra de requalificação da unidade sanitária, inserida também no PIIM, conforme contou a nossa equipa uma fonte de alto prestígio na direcção municipal da saúde de Cambambe.
A reprovação da governante, feita durante a visita realizada no município, leva-nos a um novo recomeço, adiando mais uma vez o sonho dos munícipes por um hospital condigno e, ao mesmo tempo, sufoca cada vez mais o Centro Médico local, que tem feito um duplo papel, entre os quais de hospital municipal, ainda que careça de estrutura e de materiais para tal.
Sem segurança, o hospital municipal é acessado facilmente por qualquer um, o que tem servido de pensão ou dormitório, de esconderijo de bens, como a motorizada flagrada pela nossa equipa num dos quartos dali, e de vandalismo, pois, algumas portas no interior foram arrancadas de lá, inclusive a do portão principal. Não há ninguém para assegurar a estrutura.
À entrada do local, depara-se com amontoado de lixo nauseabundo, imerso no matagal que aí faz residência.
Os munícipes clamam por uma intervenção urgente do próprio Presidente João Lourenço, pelo que, concluem que do governo provincial e local já não se pode esperar nada, senão promessas que não serão cumpridas dentro dos prazos.
A morosidade na conclusão do hospital municipal de Cambambe tem contribuído na morte de muitos cidadãos, que seria evitada caso a instituição estivesse em pleno funcionamento com as condições que são sublinhadas no papel.
O Centro Médico, o hospital municipal interino desde 2014, muitas vezes, não consegue atender a tanta demanda em momento oportuno dada a pouca oferta que oferece. A incapacidade do Centro deve-se a precariedade estrutural e material, o que lhe valeu uma nota negativa vinda da própria vice-governadora do Cuanza Norte. Dada a essas insuficiências, muitos pacientes vão à óbito.