Orçamento Geral do Estado (OGE) tem servido de instrumento para governantes angolanos efectivarem as manobras de corrupção, valendo-se projectos já finalizados como ainda embrionários. O caso na foge à província da Huíla, no município de Lubango, onde no mapa do OGE 2025 consta o projecto de construção de 150 casas evolutivas no bairro Eiva, contudo, Jornal Hora H soube que as casas já foram construídas.

REDACÇÃO JORNAL HORA H

Pretende-se com isso, ao abono dos interesses pessoais, saquear do erário 113.061.184 Kwanzas, o valor que corresponde o orçamento de tal projecto.

Desconfia-se que a “ganância” do administrador municipal de Lubango, José Orlando Brás, teve conivência dos ex-governadores, dentre os quais Luís Nunes, e tem agora de Nuno Bernabé Mahapi Dala, actual governador, pois, como destaca Fragata Morais, o projecto da construção destas 150 residências no Eiva sempre constaram nos OGE de 2022, 2023, 2024 e, agora, no de 2025. Não pode um projecto do município mais famigerado da província passar despercebido aos olhos de quem quer que governa a província. Ou são coniventes ou os governadores são incompetentes.

Neste cenário, goza-se também do Presidente da República João Lourenço, que, ao assinar o documento que aprova o Orçamento Geral do Estado, torna-se cúmplice, permitindo que a corrupção seja feita à luz da sua assinatura. Falha-se, por isso, com sua luta ao combate à corrupção.

Ciente de que a denúncia merecerá as devidas responsabilizações, o cidadão Fragata Morais recomenda que no dinheiro destinado para estas casas já  construídas, retirassem uma parte para a construção da casa do deficiente físico Inácio, localizada no perímetro da escola n° 109 no bairro Kwawa. Que se retirassem de igual modo uma parte para a construção do muro e das paredes da residência de uma idosa do mesmo bairro, cujo dinheiro para o efeito tinha sido deixado pelo então governador da Huíla, Luís Nunes, porém um dos malfeitores da província teria roubado a referida quantia monetária.