UNITA DIZ QUE CULTURA DO DESPESISMO AMEAÇA A SUSTENTABILIDADE DAS FINANÇAS PÚBLICAS E O PAÍS ESTÁ A SAQUE
A UNITA diz que a grande ameaça à sustentabilidade das Finanças Públicas é esta cultura do despesismo, que alimenta o défice estrutural subjacente nestas escolhas.
FRANCISCO MWANA ÚTA
“Um défice estrutural não é sustentável a longo prazo, pois exigiria empréstimos contínuos para cobrir despesas, levando à acumulação de Dívida Pública, demandando ajustes fiscais de consolidação para reduzir permanentemente o défice estrutural”, diz a UNITA.
Segundo o principal partido da oposição, esta é a situação a que os angolanos foram empurrados pelo Senhor Presidente da República e pelo Partido que o suporta.
“É esta ameaça estrutural permanente que o Parlamento da República deve agendar para debater com a devida seriedade. Um debate que não cabe nas discussões sazonais de Orçamentos concebidos por essa mesma cultura do fatalismo do défice estrutural”, frisou.
Segundo a UNITA, o País está a saque e, cada vez que se aproxima o fim de um ciclo de gestão, aparecem os projectos megalómanos para serem financiados com as receitas fiscais que deveriam atender a outras prioridades.
“Angola foi colocada pelo Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) na lista de Países sob Monitorização Reforçada, porque tem deficiências estruturais no sistema interno de prevenção e combate ao branqueamento de capitais”, acrescenta a UNITA.
Para a UNITA “há muita lavagem de dinheiro em Angola. O GAFI é responsável pela fiscalização e cumprimento legal das finanças no mundo, principalmente, sobre o branqueamento de captais (crimes económicos e financeiros dos políticos e outras individualidades bem posicionadas na sociedade) e o financiamento do terrorismo internacional”.
“A entrada de Angola na lista da vergonha internacional, pela segunda vez, terá como consequências entre outras as seguintes:
Impacto negativo na capacidade de Angola em atrair investimento privado estrangeiro e financiamento internacional e
Aumento do perfil de risco do País pelas agências de classificação de risco internacional”, adiantou.
De acordo com a UNITA, Angola, 49 anos depois do fim do colonialismo, é hoje uma Nação oprimida pela pobreza extrema, pela fome, pela corrupção, pelo desemprego, pelas desigualdades sociais.
“Angola é hoje uma Nação oprimida pelo autoritarismo, pelo hegemonismo de grupos políticos e económicos; em Angola, a grande maioria do Povo, vive oprimida pela penúria, pela indigência, pela partidarização da Administração Pública; o voto soberano do Povo não é contado; o que conta é a vontade de uma elite que não governa, antes, faz gestão do poder pelo poder”, lamenta a UNITA.
Na opinião da UNITA, o balanço político, económico, social e cultural dos 49 anos de Independência Nacional é frustrante, desolador, humilhação pela fome, pobreza extrema, desemprego elevado, indigência, falta de liberdade, dignidade, prosperidade e felicidade da maioria do Povo angolano.
“Em Angola, 49 anos depois da Independência Nacional, o sonho de uma boa parte dos angolanos é sair do País para viver justamente no país dos ex-colonizadores”, explica a UNITA.