TELESERVICE ACUSADA DE SER PAGA PARA AUTORIZAR O GARIMPO ILEGAL DE DIAMANTE NO CALONDA

A Empresa de Segurança Privada angolana, “Teleservice”, prestadora de serviços a Sociedade Mineira do Calonda, na Lunda Norte, está a ser acusada de receber mensalmente uma quantia de cem mil Kwanzas em cada um dos 28 postos de trabalho da onde operam seus trabalhadores, para autorizar a exploração ilegal de diamantes.

ANNA COSTA

 As acusações foram feitas por Jorge Gabriel Kapadi, funcionário há 12 anos, que disse ser despedido injustamente há 2 anos por informar ao seu superior hierárquico um acto de exploração ilegal de diamantes.

O denunciante ocupava a função de operador de rádio, na sala de controlo, e contou que numa das noites ao dirigir-se em uma zona para fazer necessidades, deparou-se com alguns elementos que estavam a fazer a exploração ilegal, e  que enquanto aproximava-se os supostos exploradores meteram-se em fuga.

Este por sua vez, recolheu apenas os materiais deixado pelos garimpeiros e dirigiu-se ao local certo para fazer a ocorrência quando deparou-se com o seu superior hierárquico que o acusou de ser ele o garimpeiro.

“Naquele dia eu me deparo com o chefe e o chefe me acusa de que eu é que sou o garimpeiro e me enviaram aqui em Luanda com um processo disciplinar de dois  meses com desconto de  10% do salário durante 4meses”

Segundo Jorge Kapadi, findo os 4 meses de descontos, foi informado pelo chefe que deve tirar o uniforme que vestia, ir para casa e regressar apenas após segundas ordens.

“fiquei em casa e estava apenas a receber o meu salário sem saber o que se passava, depois de dois meses voltei lá para saber e me disseram que ainda não receberam nenhuma resposta das ordens superior máxima”

O ex-funcionário, contou em entrevista ao Jornal Hora H, que a prática de exploração ilegal  de diamantes na sociedade mineira de Calonda tem sido constante, e é comandada por cidadãos com a alegada conivência dos seguranças da Teleservice orientados pela Direcção da mesma empresa.

De acordo com o denunciante, existem no Calonda 28 postos que rentáveis, e em cada posto, os garimpeiros dão cem mil kwanzas aos chefes dos postos e estes, por sua vez, entregam aos responsáveis máximos de modo a permitirem a exploração ilegal.

Jorge Kipadi que trabalhou durante 12 anos na Teleservice, considerou nula a actuação dos agentes da polícia nacional diante do alegado garimpo ilegal de diamantes naquela zona.

Partindo do principio do contraditório, o Jornal Hora H dirigiu-se a sede da Teleservice e sem querer gravar entrevista a Directora dos Recursos Humanos  identificada por  Eugénia disse que o motivo da demissão do funcionário não foi pela denúncia de garimpo ilegal e sim por uma infracção disciplinar.

Sem querer revelar de que infracção se tratava, Eugénia limitou-se em nada mais dizer alegando que o assunto já se encontra em sede do tribunal.

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