NEGLIGÊNCIA MÉDICA NO CENTRO DE SAÚDE DA POLÍCIA NACIONAL PROVOCA MORTE DE CIDADÃ

Os familiares de uma cidadã nacional que respondia pelo nome de Nazaré Fernanda da Cruz Ngunza Quimbango, de 52 anos, apelam ao Presidente da República para que intervenha urgentemente num caso de alegada negligência médica ocorrido no Centro de Saúde da Polícia Nacional, localizado no Cassequel, atrás da Unidade Operativa de Luanda.

O incidente, que culminou com a morte da sua mãe no dia 7 de Fevereiro de 2024, na clínica Sagrada Esperança, suscitou uma série de denúncias às autoridades competentes, mas o processo tem enfrentado uma preocupante morosidade.

Apesar da morte da cidadã Nazaré Quimbango ter ocorrida fora aquela instituição, os familiares da malograda acreditam seriamente que os dez dias de internamento no Centro de Saúde da Polícia Nacional foram prejudiciais, o que levou o agravamento do quadro clínico da vítima.

Desde o dia 5 de Fevereiro de 2024, os filhos de Nazaré Quimbango iniciaram um processo de denúncia junto aos seguintes órgãos: Ministério da Saúde, Ordem dos Médicos de Angola, Inspecção da Polícia Nacional, Direcção da Saúde da Polícia Nacional, Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE), Procuradoria Militar junto à Polícia Nacional, Serviço de Investigação Criminal (SIC) e Provedoria de Justiça.

No entanto, a falta de respostas concretas e a lentidão no andamento do processo impedem a obtenção de uma explicação clara sobre os acontecimentos que levaram à morte de Nazaré Quimbango.

DESCRIÇÃO DOS FACTOS

1. A 22 de Dezembro de 2023, Nazaré Quimbango começou a sentir fortes dores no pescoço e dores de cabeça, dirigindo-se ao Centro Médico Paulo e Paula, localizado no município de Viana, em Luanda. As dores persistiram e, a 24 de Dezembro, foi ao Centro de Saúde da Polícia Nacional, onde marcou consulta para o dia 5 de Janeiro de 2024.

A 28 de Dezembro de 2023, Nazaré voltou ao Centro de Saúde da Polícia Nacional com sintomas graves e foi internada no dia seguinte com diagnóstico de Malária 2xC.

Durante o internamento, as queixas de Nazaré não foram devidamente atendidas, tendo sido negligenciada durante uma madrugada de fortes dores.

A 2 de Janeiro de 2024, o esposo de Nazaré solicitou mais informações e sugeriu a transferência para um hospital privado, mas a equipa médica insistiu em mantê-la no centro de saúde.

Nazaré recebeu alta a 6 de Janeiro de 2024, mas os sintomas agravaram-se, levando a novos internamentos e eventual transferência para o Hospital Militar.

No Hospital Militar, suspeitaram de meningite, sendo depois transferida para a Clínica Sagrada Esperança, onde foi diagnosticada com meningite bacteriana.

A malograda ficou internada na UCI da Clínica Sagrada Esperança, onde permaneceu 20 dias, dos quais 12 esteve entubada. Durante este período, o quadro clínico de Nazaré piorou devido à demora no diagnóstico correcto, o que levou ao agravamento da sua condição.

A 7 de Fevereiro de 2024, Nazaré Quimbango faleceu, sem que a família tivesse acesso a todos os exames médicos realizados no Centro de Saúde da Polícia Nacional.

APELO À INTERVENÇÃO

Os filhos de Nazaré Quimbango pedem a intervenção do Presidente da República, João Lourenço, para assegurar um processo transparente e célere, responsabilizando os envolvidos e garantindo que outros cidadãos não passem pelo mesmo sofrimento.

“Confiamos nas instituições angolanas e esperamos que esta situação seja resolvida com a celebridade e justiça que merece. A falta da nossa mãe é insuportável, e apenas desejamos que a justiça seja feita para que possamos encontrar algum consolo e para que outros não passem pelo mesmo,” apelam os outros filhos na carta.

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