LEI CONTRA CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL: MULTAS VÃO DE 4.000 A 400.000 MIL KWANZAS

A provação da Lei Contra Consumo Excessivo de Álcool é aguardada com “muita expectativa” por parte dos cidadãos que vê o consumo de álcool com “um acto para esquecer o sofrimento”, num País onde o desemprego assume proporções alarmantes.

ANA MENDES

Este diploma, visa estabelecer um regime especial de disponibilização e consumo de bebidas alcoólicas no perímetro das instituições hospitalares, militares, policiais e de ensino para prevenir o consumo excessivo destas bebidas, que acarreta consequências negativas para a saúde, compromete o desempenho profissional e interfere no processo de aprendizagem escolar, bem como na capacidade intelectual em geral.

O futuro diploma legal prevê uma multa de 4.000 a 400 mil kwanzas para os que descumprirem a medida. No entanto, o Governo ainda não avançou que quantidade poderá ser considerada consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

Há cidadãos que ficam embriagados consumindo apenas pequenos pacotes de whisky comercializados nas ruas da capital angolana, custando 100 kwanzas cada. “Quem consome ‘the best’, como vai pagar essa multa?”, indaga um cidadão que não se quis identificar.

Nos últimos tempos, os cidadãos angolanos, principalmente a juventude, bebe excessivamente. Muitos jovens, para além das bebidas habituais, como a cerveja, vinho ou whisky, também passaram, agora, a consumir o que chamam de “água do chefe”.  

A tal bebida é tradicionalmente conhecida por “kaporroto” ou “kapuca” e é predominante no norte de Angola, nomeadamente nas províncias do Bengo, Kuanza-Norte e Malanje. Mas, nos últimos dias, a bebida com característica de água ardente destilada, normalmente caseira, tem chegado com frequência a Luanda e já se tornou a preferência da juventude.

Segundo o piscologo António Savedra, o alcoolismo em Angola mundo está em franco progresso e autoridades assinalam o perigo médico e social crescente deste problema.

“Na sociedade este problema tem ainda mais gravidade pelo seu poder destrutivo de valores morais e espirituais”, acrescenta o psicólogo.

Na sua opinião, com o desenvolvimento do comércio em geral a elevação do nível de vida, não só nos centros de população urbana, mas também no rural, o uso de bebidas alcoólicas generaliza-se.

“Muitas pessoas recorrem as bebidas alcoólicas para esquecer o sofrimento, num País onde não há empregos. Esta não é solução, mas as condições obrigam”, acrescentou.

Para o médico Pedro Benha, o alcoolismo pode potencialmente ocasionar consequências psicológicas, fisiológicas, sociais e culturais.

“Na sociedade actual, o alcoolismo tem sido um problema que os profissionais de saúde têm sido analisados como situações fatais para os indivíduos. Actualmente, o consumo abuso do álcool no mundo e em Angola em particular, atingiu níveis alarmantes, e está associado a uma série de consequências adversas, das quais o alcoolismo é apenas uma pequena parte, ainda que seja a de maior relevância do ponto de vista clínico”, referiu.

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