A ESTUPIDEZ DA PEDRA: ANGOLA VENDE ENERGIA ELECTRICA AOS VIZINHOS E DEIXA QUASE TODO O PAÍS “NA ESCURIDÃO”
Economistas e sociedade civil manifestaram a sua inquietação do acordo que o Governo angolano assinou, que prevê a interligação eléctrica com a República Democrática do Congo e Zâmbia, através de uma linha com mais de 1.200 quilómetros, um investimento privado de um milhão de euros.
ESCRIVÃO JOSÉ
Segundo estes, o acordo é “muito benéfico”, mas só peca, porque a cidade de Luanda e várias regiões do País, enfrenta uma carência de energia sem procedentes.
“A Bíblia Sagrada diz que primeiro tira o que incomoda na tua vista e posteriormente do outro”, ironizou o economista Carlos Salvador Nsingui, frisando que deixar Angola com “sérios problemas de energia”, nada feito.
“Se Angola tem um excedente de produção de energia que pode ser exportado para uma região “onde a procura é significativa, principalmente relacionada com a exploração mineira, porque não resolve a questão interna?”, interrogou-se um outro economista, Castro Bambi.
“Sé o objectivo é avançar na integração regional da energia e vender electricidade a empresas, sobretudo ligadas à indústria mineira, deve-se resolver os problemas internos”, acrescentou Bambi.
O membro da sociedade civil, Erasmos Nsingui, disse que neste acordo há muita coisa para se dizer.
“Como o acordo envolve milhões de euros, esta gente fica muito preocupada”, lamenta a carência de energia eléctrica no País.
Actualmente, Angola tem uma capacidade instalada de produção de energia de 6500 megawatts (MW) e uma procura interna de apenas 2300 megawatts, estando previsto fornecer até 2000 megawatts (MW) à região leste da Zâmbia e da RDCongo através desta linha.
A facturação anual prevista aproxima-se dos 750 milhões de dólares.
A linha vai ligar a zona do Médio Kwanza onde se concentra a principal capacidade instalada de Angola ao chamado Cinturão de Cobre, devendo a execução da infra-estrutura demorar cerca de dois anos.